O Tribunal de Cristo

O Novo Testamento ensina que há quatro julgamentos especiais que têm a ver com o programa profético de Deus: o julgamento do pecado na cruz (Rm 8:3), o Tribunal de Cristo para o cristão (Rm 14:10), o julgamento das nações imediatamente antes do Milênio (Mt 25:31-46) e o Julgamento do Grande Trono Branco (Ap 20:11-15).

O julgamento é uma obra estranha de Deus; no entanto, Seu caráter justo o exige; a justiça exige equidade; a santidade exige pureza.

No estudo da doutrina que abrange o Juízo Final de Cristo, não é contrário à santidade perguntar quando, onde, por que e como deve haver esse julgamento.

O Momento

Uma vez que ele deve ocorrer no Dia de Cristo, pois essas são as implicações em várias Escrituras (2Cor 1:14; Fp 1:6, 10; 2:16), ele deve ocorrer após o arrebatamento e antes, supõe-se, das bodas do Cordeiro.

A palavra grega parousia, que é usada com relação à vinda de Cristo, significa a presença de, a presença de uma pessoa. Ela não indica apenas um evento, mas uma condição que resulta de um evento. O retorno de Cristo para Sua Igreja será o evento que a colocará em Sua presença, Sua parousia.

O Juiz

O próprio Senhor será o Juiz: “Para isso Cristo morreu, ressuscitou e reviveu, a fim de ser Senhor tanto dos mortos como dos vivos” (Rm 14:9). Seu senhorio e, portanto, Seu poder de juiz sobre o homem não termina com a morte do homem (Rm 7:1). Seu senhorio sobre os Seus não se limita apenas a esta vida.

Foi chamada a atenção para a diferença entre a leitura marginal de Romanos 14:10 e 2 Coríntios 5:10. Na primeira, lemos sobre o Tribunal de Deus; na segunda, sobre o Tribunal de Cristo. É de Deus em seu caráter; é de Cristo porque Deus entregou todo o julgamento nas mãos de Seu Filho (Jo 5:22).

Os Julgados

Esse é o julgamento dos cristãos. Cada crente deve comparecer perante o Tribunal de Cristo: “Todos nós compareceremos perante o tribunal” (Rm 14:10). “Cada um dará conta de si mesmo a Deus” (Rm 14:12). “Todos devemos comparecer perante o tribunal de Cristo” (2Cor 5:10). “Todos nós devemos nos manifestar diante do Tribunal de Cristo” — John Nelson Darby

O Lugar

Está claro que haverá uma avaliação da vida de cada cristão; isso será feito diante de um tribunal, um bema. A palavra grega bema usada nessa conexão era uma plataforma elevada, uma tribuna, para um juiz oficial (At 18:12-17), para um comandante de exército quando ele disciplinava ou se dirigia a suas tropas. Também era usada em jogos gregos para o presidente ou árbitro quando ele premiava os competidores. Parece que esse Tribunal será instalado no ar.

A Maneira

Há três passagens principais que tratam do Tribunal de Cristo, cada uma com um ponto específico de ênfase:

Nossa atitude (Rm 14:4-13; 1Cor 4:3-5): O Senhor manifestará a atitude de um irmão para com outro.

Nosso serviço (1Cor 3:12-15): Na parte inicial de Primeira Coríntios, Paulo trata da questão do ministério na igreja local. Primeiro, com o ministério do evangelho (1Cor 1:17-2:5); segundo, com um ministério de ensino (1Cor 2:6-16); agora, no capítulo três, ele fala do próprio ministro; é ele quem ganha ou perde uma recompensa no exame de seu ministério. Seu ministério pode ser digno ou inútil, indestrutível ou destrutível. Sua recompensa será de acordo com seu serviço na igreja.

Nossa conduta (2Cor 5:9-11): Todas as coisas feitas no corpo serão examinadas pelo Senhor; nosso comportamento, agradável ou errado, será exposto.

S.O.M. — “Escritos dos Irmãos de Plymouth”, 1967.

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