O Poder Vivificador da Família

Todo aquele que se ocupa do tema da família ou do lar, seja comentando texto bíblico ou não, chega a conclusão que a maior crise do fim deste século está centralizada no lar, seja por fatores de trabalho ou falta de emprego, economia, relacionamento entre as pessoas, tudo repercutindo na família.O casamento é a base sólida do lar (lugar de luz, quietude, paz, amor).

Portanto, o casamento deve começar bem, para continuar bem e prolongar-se no tempo dentro do objetivo divino. Um noivado responsável, de pessoas maduras, o casamento é para adultos, adultos jovens, porém maduros responsáveis, nada de jugo desigual, e mesmo no aspecto étnico, deve haver afinidades. Com respeito às leis divinas do lar, que são universais e se encontram na Bíblia, seu conhecimento e prática é a base fundamental de êxito. Somente assim são formados lares sólidos, que devem ser compostos de três elementos, em princípio, os dois pombinhos que já fizeram o seu ninho e o Senhor Jesus Cristo.

1º – O amor é a lei do lar:

O marido e a mulher são os responsáveis em cuidar e frutificar a plantinha do amor, respeito mútuo, admiração de um para com o outro, cooperação e atenção às prioridades. Tudo isso contribui para uma relação estável.

Tais elementos devem ser observados pelo casal, pois a característica dos últimos tempos é a deterioração da natureza humana e pecadora. Em II Timóteo 3:2:3 nos esclarece: “… desobedientes a pais e mães, ímpios, sem afeto natural”, etc.

2º – A pureza é a saúde do lar:

Hoje em dia falar de pureza parece estranho, coisa de outro planeta. A virgindade entre a juventude é algo fora de moda, porém uma virtude apreciada por Deus, hoje e até a eternidade. A virgindade, tanto do homem como da mulher, trás um clima saudável no lar, produzindo muita confiança. O desprezo a estas virtudes tem resultado em noivados prolongados e casamentos bem curtos. “nem participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro…”. (I Tm 5:22).

3º – A unidade é o poder do lar:

A comunhão se exercita primeiramente na família. Fora do lar dificilmente é aprendida. Hoje há muitos lares que são verdadeiros hotéis, com pessoas vivendo sob o mesmo teto, distanciadas entre si. Assim se expressou uma senhora: “minha casa é um inferno”. Embora forçados a crer em tal afirmação, devemos trabalhar em prol da unidade da família, onde a paz deve ser mantida no vínculo do amor, objetivando antecipação, planificação e colaboração. Muitas vezes as crianças são deixadas fora desse programa, sentindo-se quais maletas que são levadas de um lugar para outro, implantando-se, assim, a desunião em seus corações. O Senhor Jesus prometeu nos levar às moradas preparadas na casa do Pai, para estarmos juntos a Ele (Jo 14:3).

4º – A harmonia é a glória do lar:

Sem dúvida a característica mais comum em muitos lares são as frequentes discussões, ciúmes, desprezos ou menosprezos, gritarias, etc. A Bíblia é enfática ao afirmar: “Não sai de vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem” (Ef 4:29).

5º – O respeito é a ordem do lar:

Aqui encontramos uma série crise de problemas. Por um lado, o homem a cada dia assume menos o seu papel como responsável, querendo se impor pela violência ou machismo ao invés de um caráter firme, mas brando. Por outro lado, a cada dia, a mulher respeita menos a autoridade de seu marido. Não importa o comportamento do seu marido, pois é mandamento bíblico respeita-lo, uma vez que ele é responsável perante o Senhor. Nenhuma esposa pode mudar o caráter do seu marido e sim, somente Deus. Pelo marido é melhor orar maiôs e discutir menos. Seria melhor meditar um pouco em Efésios 5:21.

6º – A simplicidade é a beleza do lar:

Estamos às voltas de um mundo sofisticado e o que impera no coração dos homens é a ambição de coisas materiais, originando-se paixões, invejas, ciúmes, enveredando-se por caminhos de obrigações desmedidas, levando a uma vida intranquila, onde a maior parte do seu tempo é em ganhar dinheiro para suprir tais compromissos e liquidar dívidas assumidas. Assim, termina roubando a Deus e em especial o tempo que deveria ser dedicado a Ele. Jesus ensinou em Lucas 12:15: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui”.

7º – O gozo é a atmosfera do lar:

Assim como o clima do planeta está contaminado, com graves problemas ecológicos, o ozônio, a derrubada das árvores, esquentando o planeta e mudando o meio ambiente, os lares estão carentes de bons modos, de amabilidade, onde impera a intolerância e as acusações (disse alguém: tenho uma família de dragões, todos falam soltando fogo pela boca), não é estranho que aconteça a falta de oração, de leitura bíblica, o desaparecimento do culto familiar tem levado à exasperação das relações entre as pessoas. Nem se cogita pedir perdão, nem arrepender-se e muito menos confessar a Deus, sinceramente, assim as pessoas estão melindrosas, suscetíveis ao máximo, temerosas e sempre na defensiva. Se lermos Filipenses 4:5-6 veremos que nos ensina que estar de joelhos perante Deus, coloca os homens de pé e também a família.

8º A Hospitalidade é benção para o lar:

A hospedagem é a demonstração maior do amor cristão, porque “é ofertar o que uma pessoa tem, ao que nada tem”, porém indica ceder a privacidade, a intimidade do lar e isto é o bastante, pois também esta prática quase desapareceu no meio da vida moderna, onde as casas se tornaram menores, e onde aparece a lei do menor esforço, e o amor à comodidade.

Muito se fala na Bíblia de hospedagem, salientando que alguns hospedaram anjos, e também digo que outros tem sido hospedados por anjos, Oxalá pratiquemos este ensino, no dizer de Paulo em Filipenses 2:29, sobre Epafrodito: “Recebei-o pois, no Senhor, com todo gozo e tende em estima aos que são como ele”.

9º O sofrimento é a santificação do lar:

Sabemos que as provas produzem perseverança, porém quanto a sofrer por amor a nossos irmãos, isto desconhecemos.

Muitas são as desculpas apresentadas (a preguiça no trabalho do Senhor, o descaso no sustento aos servos de Deus), e assim ninguém quer assumir qualquer compromisso.

A sensibilidade manifestada em favor dos enfermos, é forma de manifestar, também, o amor no lar. Muitas vezes, quem assume a maior carga, são as mães que fazem tal trabalho e suportam a indiferença de seus familiares. Em Jeremias 48:10, afirma-se: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulentamente…”.

10º – O altar familiar é a segurança do lar:

Alguém pode perguntar: “Como?”. Já não existem altares nos lares, onde se honra ao Senhor Jesus, razão porque as igrejas tem um culto débil, com pouca participação e menos profundidade.

Quando o povo de Deus voltou do cativeiro de Babilônia, a primeira coisa que fez foi levantar um altar de sacrifício (mas o que isso tem a ver conosco, com nosso pecado?). Eles se esqueceram do templo, onde estava o altar, lugar de adoração a Deus. Ageu lembra como o povo caiu na insegurança e pobreza por esquecer-se do Senhor (Ed 3:2).

11º – Cristo é o Salvador e Senhor do lar:

Se esta verdade estivesse em nossos corações, bem cedo nossos filhos seriam levados ao Senhor. E o que vemos são muitos filhos de crentes ainda não convertidos. Há muito conformismo em abaixar o nível ao escutarmos com frequência “ele não se opõe, não é rebelde, mas está numa idade difícil, as companhias, etc. Entretanto, não é um crente, muito menos salvo!

Sem dúvida, por esta razão, muitas lágrimas são derramadas pela face dos pais, porque estes não permitiram que tais lágrimas fossem derramadas nas faces dos filhos em sua infância.

Todavia, o princípio bíblico é : “Instrui o menino no caminho que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pv 22:6).

Timóteo foi um bom exemplo para outros servos de Deus, porque conhecia as Escrituras desde menino (II Tm 3:14-15).

12º – O céu é a esperança do lar:

Quão pouco se fala do céu ou da segunda vinda de Jesus na família. “…aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação…”. (Hb 9:28).

Os temas que envolvem a vinda de Cristo nos desprendem da terra, criam em nós pensamentos que somos peregrinos, estimulando-nos a ter uma conduta que nos ajuda a viver diferente buscando a santidade. “E qualquer um que tem esta esperança purifica a si mesmo, como também Ele é puro” (I Jo 3:3).

Jesus Cristo é nossa esperança viva! (I Pe 1:3).

Assim, a herança que temos agora, para a vida , todos os recursos e toda a segurança estão Nele, que está no céu e de onde virá nos buscar. Sim, Jesus virá outra vez.

José M. Zorrila – “Campo Missionero”.

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