Serviço Para o Senhor!

Queria tentar desfazer a ideia que o serviço do Senhor é apenas aquela atividade, quando estamos a fazer qualquer coisa como pregar; testificar individualmente; distribuir literatura; ou qualquer outra forma daquilo que nós chamamos serviço. E realmente é! E é bom serviço! E é bom que todos façam esse serviço! Mas não é somente esse tipo de serviço que agrada ao Senhor.

No caso de Ana todos os dias no Templo, era serviço de oração e jejum. Também pensando no caso de Jó 42.7, diz o seguinte: sucedeu pois que acabando o Senhor de dizer a Jó aquelas palavras, o Senhor disse a Elifaz, o Temanita:

“A minha ira se acendeu contra ti e os teus amigos, porque não disseste de mim o que era reto como o meu servo Jó. Tomai pois sete bezerros e sete carneiros e ide ao meu servo Jó e oferecei Holocaustos por vós, e o meu servo Jó orará por vós que deveras a ele aceitarei, para que eu vos não trate conforme a vossa loucura, porque vós não falaste de mim o que era reto, como o meu servo Jó”.

Não sei se contaram quantas vezes o Senhor repete “O meu servo Jó”. Eu contei; quatro vezes naqueles dois pequenos versos. Quatro vezes que o Senhor repete: O meu servo Jó. Ora quando alguma coisa se repete na Palavra do Senhor mesmo uma ou duas vezes é porque há algum motivo para isso. Mas quando em tão pouco espaço, e em tão poucas palavras, um assunto se repete quatro vezes é porque o Senhor quer frisar bem algum ponto, e aqui claro queria que aqueles supostos amigos compreendessem que Jó era verdadeiramente um bom servo do Senhor.

Levanta-se a pergunta: Em que Jó tinha servido ao Senhor? Durante o ano passado? Pois é mais ou menos um ano desde o princípio do seu sofrimento até ao ponto quando o Senhor o restaura, em que é que ele tinha servido ao Senhor? Que serviço tinha ele prestado? Parece pela leitura deste livro, que ele não tinha feito outra coisa senão sofrer! Vimos através deste livro como o Senhor começou a desafiar a Satanás sobre esta vida, e notemos que foi iniciativa do Senhor. Não foi o diabo que desafiou o Senhor sobre Jó. Foi o Senhor que tomou a iniciativa. O Senhor perguntou a Satanás:

“Tens observado o meu servo Jó? Que não há Homem como ele na terra?”

Portanto o Senhor queria tomar esta vida do seu servo como um campo de batalha, entre Ele e Satanás. O inimigo simplesmente respondeu que Jó servia ao Senhor porque o Senhor lhe dava tanto. Estava rico, tinha tudo quanto queria, vivia bem, descansadamente, o Senhor tinha cercado tudo quanto tinha, protegendo-o e tinha paz e prosperidade. E Satanás dizia que era por isso que o servia. Tira-lhe tudo isso e vais ver que ele blasfema de ti! Mas não foi assim. Perdeu tudo e continuou a adorar ao Senhor. Depois Satanás diz que o homem daria tudo pela sua vida, mas se tocasse na sua saúde, ele blasfemaria do Senhor; de maneira que o Senhor entregou este seu servo nas mãos do inimigo, para ele fazer o que quisesse menos tirar-lhe a vida. Jó não sabia isso. Não sabia que Satanás não o podia matar. Foi até a um ponto muito próximo disso. O mais que ele podia. Jó sofria não somente essa terrível doença: essa horrível Chaga no seu corpo tornando-o irreconhecível diante dos seus amigos mas também o sentido de que o Senhor estava contra ele, e que o tinha desamparado. Havia aquelas trevas aquela tristeza, e os amigos a massacrá-lo todo aquele tempo, fazendo-lhe ver que era por causa do seu pecado, que o Senhor o estava castigando daquela maneira. Estavam muito longe da verdade como sabemos, mas tudo isso afligia a vida deste homem.

Mas no fim, como acabamos de ler, o Senhor repete quatro vezes que Jó era seu servo, mostrando ou provando a Satanás que Jó não era menos servo no fim de tudo isso de que quando tinha prosperado naqueles dias de Paz. Em que tinha servido? Serviu na mão do Senhor como acabamos de ver como num campo de batalha; e para servir os propósitos do Senhor e para ser um verdadeiro servo do Senhor tinha que aguentar o sofrimento e não perder a confiança. O seu amor para com o Senhor isso fez ele. Apesar do sofrimento, apesar das trevas e das duvidas, Jó nunca perdeu a confiança no Senhor! Serviço! Um serviço bem custoso. Mas um serviço através do qual o Senhor contrariou o inimigo. Satanás não acreditava que o Senhor tivesse homem alguém neste mundo que o servisse simplesmente porque o amava. Serviam porque o Senhor os abençoava ou serviam porque tinham saúde, ou prosperidade e paz. Mas aqui Jó, este servo do Senhor presta o melhor serviço que alguém pode prestar ao Senhor.

A prova de que o Senhor tinha atraído o seu coração de tal maneira que viesse o que viesse sofresse o que sofresse mantinha a confiança e o seu amor para com o Senhor. O meu servo Jó! Que testemunho Divino! Não ouvis nessas palavras a satisfação que o Senhor sentia ao contemplar este Seu servo que tanto tinha sofrido, tanto tinha sido afligido e massacrado e até perseguido! A satisfação nessas palavras – “o meu servo Jó” – podem dizer que poucos homens, e poucas mulheres crentes, tem oportunidade de sofrer como Jó sofreu. O Senhor ainda dá aos seus o privilégio de suportar alguma coisa, provando sempre no sofrimento, na perda, quando somos despidos como Jó foi, que não é por essas coisas que deixamos de servir ao Senhor. Servimo-lo porque somos servos Dele, comprados por tão grande preço. Preço do Sangue de Seu amado Filho, derramado na cruz do Calvário. Que Ele possa com a mesma satisfação contemplar alguns dos irmãos a passar por provas de sofrimento, que Ele possa dizer com o mesmo prazer: “o meu servo”, ou “a minha serva”.

Frank Smith

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