Honrando a Deus

Uma moça que conhecemos, logo depois de ser salva, descobriu pela leitura da Bíblia que nos dias dos apóstolos, em todos os casos mencionados no livro dos Atos, o batismo seguia a conversão a Deus. Pronta e desejosa para seguir “pelas pisadas das ovelhas” de Cristo (Ct 1:8) logo se batizou na forma bíblica, por imersão. Este passo trouxe sobre ela uma tempestade de perseguição da parte de seus parentes, especialmente de sua mãe, mas, no poder de Deus ela suportou tudo com paciência, sabendo que era por amor de Cristo e de Sua verdade que estava sofrendo.

Continuando a ler e estudar as Santas Escrituras ela foi levada a compreender também, que, nos dias dos apóstolos era costume dos crentes reunirem-se à parte, para se lembrarem do Senhor Jesus Cristo no partir do pão. Ansiosa para fazer a vontade do Senhor, como lhe foi revelado, aproximou-se duma igreja de crentes, reunidos em Nome do Senhor Jesus e foi recebida na sua comunhão. Este passo aumentava ainda mais os sofrimentos que passava no lar, a ponto de tornarem-se quase insuportáveis.

Uma prova ainda mais pesada a esperava. Um dia o pastor da igreja dos pais, com mais dois membros da diretoria, que eram seus tios, chegaram em sua casa, dizendo que queriam falar-lhe sobre esta “nova religião” que ela agora seguia. O pastor, como o porta-voz, disse-lhe que, pelo testamento do pai, ela iria receber uma importância em dinheiro, bastante grande, mas, acrescentou ele, o testamento tinha uma cláusula exigindo que ela deixasse esta nova religião e voltasse à igreja dos pais; caso contrário ela perderia todos os direitos e não receberia nada da herança do pai, senão “um shilling”, a saber CR$ 0,50. “Agora” disse ele: “pode pensar bem sobre isto, e quando convier, avise-nos o que pretende fazer”. Olhando para eles, ela com um sorriso alegre disse-lhes: Oh! Srs, não é preciso esperar mais tempo para lhes dar a minha resposta, posso lhes dizer agora a minha resolução:

– Meu Pai Celestial é rico em casas e terras, Ele segura as riquezas do mundo em Suas mãos.

Estendendo a mão ela disse, “Eu fico com o shilling”, e este foi colocado em sua mão. Acabara de receber a sua fortuna; mas acabara também conquistando uma grande vitória! Porém, uma prova ainda mais severa veio logo em seguida quando lhe foi dito que não poderia ficar mais em casa. Teria de deixar o lar onde fora criada. Imagine o que isto significaria para aquela moça querida – ser posta fora da casa onde nascera para enfrentar um mundo frio e cruel, mas, como no caso de Abraão, ela saiu, sem saber para onde ir.

Mas será que Deus não disse: “Aos que Me honram honrarei”? (I Sm 2:30). Ela passou a ficar na casa duma amiga Cristã e logo depois recebeu um recado, que um dos tios acima mencionado, estava doente e queria que ela cuidasse dele. Ela atendeu e cuidou dele durante uma enfermidade breve, até ele morrer. O outro tio também caiu doente e morreu logo em seguida. Os dois tios deixaram para ela as suas propriedades, de modo que em pouco tempo, depois de ficar sem casa, e sem dinheiro, ela tornou-se a dona de duas fazendas.

Não foi isto uma maravilha? Em verdade o colocar a Deus e os Seus interesses em primeiro lugar em nossa vida, não nos trará nenhum prejuízo, porém, uma renda do mais alto grau. A nossa jovem amiga nunca se arrependeu da escolha que havia feito. Ela já partiu para estar com o Salvador que tanto amava. Certamente agora lá na presença d’Ele, ela não lamenta a decisão que tomou naquele dia, mas, se regozija por ser considerada digna de sofrer por amor de Cristo.

Esta história verídica contém uma lição para cada pessoa comprada pelo sangue de Cristo. OBEDIÊNCIA à palavra de Deus, para esta jovem crente custou-lhe muito. OBEDIÊNCIA à mesma Palavra vai nos custar algo também. Obedecer as Escrituras e fazer a vontade do Pai custou a Cristo tamanho preço e Ele nos chama para seguir Seus passos. Que Deus nos de também corações exercitados para pôr em prática o que está escrito, vivendo o resto de nossos dias aqui, não à vontade da CARNE e nem à vontade dos HOMENS, mas sim, à de DEUS!

Alimento para o Rebanho – Periódico, 1970.

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