Genealogia Patriarcal

Conforme o Calendário Judaico, estamos vivendo o ano 5.784 – iniciado em 16 de setembro de 2023 – A contagem desse período, pelos judeus, tem o seu marco inicial no dia em que Deus criou o homem e a mulher. Importa ressaltar que o ano 3.760 a.C., estabelecido pelos judeus, caracteriza a intenção do Espírito Santo em nos revelar, pela cronologia, que os eventos dos “Princípios do Homem” foram transmitidos “… de pai para filho…”, tendo os “Patriarcas” como “Elo” de “Testemunhas Vivas” dos propósitos de Deus para com o homem criado e destituído da “GRAÇA DE DEUS”, após o “pecado de desobediência” de Adão e Eva. O tempo de vida de cada “Patriarca”, relatado pelo Espírito Santo, tem muitos objetivos para todos aqueles que, com uma “mente espiritual“, o possam perscrutar.

O Ano Novo Judaico

Rosh Hashaná (literalmente “Cabeça do Ano“, em Hebraico) é o “Ano Novo” do Calendário Judaico. Um dos símbolos mais importantes do Rosh Hashaná é o Shofar, sendo um instrumento sonoro concebido do “chifre do carneiro”, e que é tocado nessa data. O instrumento remonta à época em que os judeus eram nômades. Outra característica do Shofar é que ele soa como um alarme, que chama à reflexão a “consciência adormecida” do homem. Para os judeus, é tempo de refletir, e se arrepender dos seus pecados. Em 2023, na noite do dia 16 de setembro, deu-se inicio ao ano judaico de 5.784. De acordo com a tradição judaica, ADÃO e EVA foram criados no primeiro dia do mês de Tishrei, que foi o sexto dia da Criação. É a partir deste mês que o “ciclo anual” se inicia. O Rosh Hashaná é celebrado nesta época porque a contagem dos anos no judaísmo é feita pelo Calendário Lunar.

2021-2022 – 07.09.21 a 25.09.22 –​ ANO 5782

2022-2023 – 26.09.22 a 15.09.23 – ANO 5783

2023-2024 – 16.09.23 a 02.10.24 – ANO 5784

Fonte: Calendário Judaico

No Calendário Lunar o primeiro mês do ano é o de Tishrei e, sistematicamente, o Calendário Judaico ganha um mês adicional para se ajustar com o Calendário Gregoriano. O Ano Lunar tem 354 dias, portanto faltam 11 para os 365 contados no Calendário Gregoriano. Para ajustar, se convencionou que alguns anos têm um mês a mais no Calendário Judaico, e que recebe o nome Veadar (“Segundo Adar”). O Calendário Lunar remonta ao período de 586 a.C. a 536 a.C., quando Jerusalém foi destruída pelos babilônios, e os judeus foram forçadamente exilados para a região mesopotâmica.

Tabela Cronológica dos Patriarcas

Gênesis 5:1-32; 11:10-32

PatriarcaNasceuGerouViveuTotalMorreu
Adão3.7601308009302.830
Sete3.6301058079122.718
Enos3.525908159052.620
Cainã3.435708409102.525
Maalaleel3.365658308952.470
Jerede3.3001628009622.338
Enoque3.138653003652.773 1
Matusalém3.0731877829692.104
Lameque2.8861825957772.109
Noé2.7045004509501.754
Sem2.2041005006001.604
Arfaxade2.102354034381.664
Selá2.067304034331.634
Éber2.037344304641.573
Pelegue2.003302092391.764
Reú1.973322072391.734
Serugue1.941302002301.711
Naor1.911291191481.763
Terá1.882701352051.677
Abrão1.812100751751.637

1. Enoque foi arrebatado no ano 2.773 a.C.

Detalhes Importantes

O ano 3.760 a.C., conforme a tradição judaica, foi o ano da criação do homem “sobre a terra” (Gn 6.6). A data é de “pouca relevância” diante de outros aspectos mais importantes que os textos buscam oferecer, os quais apontam para a importância dos intervalos de nascimento de cada descendente de Adão, os quais estão inseridos na cronologia detalhada dos Patriarcas citados em Gênesis 5 e 11. Somente na descendência (linhagem) de Sete é considerado os anos de vida de cada Patriarca. Conforme a tabela, observamos que:

1. ADÃO morreu quando LAMEQUE tinha 56 anos. Entende-se que LAMEQUE, possivelmente, teve a oportunidade de “contemplar a longevidade” de ADÃO, bem como confirmar todos os acontecimentos vivenciados por ADÃO no “Jardim do Éden”. Subentende-se que o relato de ADÃO foi transmitido através dos séculos aos seus descendentes. Assim, ADÃO foi contemporâneo de LAMEQUE, pai de NOÉ, e NOÉ, por sua vez, foi contemporâneo de ABRÃO por 58 anos;

2. ENOQUE viveu 300 anos “após o nascimento” de MATUSALÉM, seu filho. Sua vida foi marcada pelo “andar com Deus”, por isso “Deus o tomou para Si” (Gn 5:22, 24). As Escrituras registram que ENOQUE, NOÉ e ABRÃO foram Patriarcas que “andaram com Deus” durante o tempo das suas peregrinações (Gn 5.22; 6.9; 17.1);

3. MATUSALÉM, cujo significado é “com a sua morte, virá o fim”, morreu no ano do Dilúvio (Gn 5.21 – 2.104 a.C.). Sua morte é o sinal do cumprimento da “Profecia de ENOQUE” a respeito do juízo de Deus sobre aquela geração extremamente corrompida pelo pecado (Gn 6.5; Judas verso 14). O Dilúvio deu-se quando NOÉ completou 600 anos (Gn 7.6), e o tempo dos eventos é confirmado quando SEM completou 100 anos e gerou ARFAXADE, 2 anos após o Dilúvio (Gn 11.10 – 2.102 a.C.);

4. LAMEQUE viveu 777 anos. Seu tempo de vida nos comunica a presença de Deus em sua vida, sendo Deus “O Senhor da Vida”. NOÉ, seu filho mais “ilustre”, tem como significado a palavra “descanso” e, dessa forma, revela que o “descanso” era algo almejado por LAMEQUE nos seus dias, e ganha um pano de fundo profético (Rm 7:24);

5. NOÉ gerou SEM com 500 anos (Gn 5.32), e morreu 58 anos depois do nascimento de ABRÃO. NOÉ constitui-se o “divisor de águas” entre a geração corrompida – destruída no Dilúvio – e a nova criação após o Dilúvio (Gn 10). Podemos afirmar que ABRÃO, por causa do testemunho de fé de NOÉ, “recebeu” o relato histórico da queda humana, desde o Jardim do Éden, até os seus dias;

6. ABRÃO foi CONTEMPORÂNEO de NOÉ por 58 anos. O “relato de ADÃO” foi “comunicado” a ABRÃO “através” do patriarca LAMEQUE, pois este o “ensinou” a NOÉ, que por sua vez o “transmitiu” a ABRÃO. Assim, o relato de ADÃO atravessou os séculos num período de 1.948 anos (I Cor 11.2; 15.3-8).

NOTA: Devemos somar aos 500 anos de NOÉ somente os 100 anos que, de forma coerente, são efetivos para a construção da ARCA (Gn 5.32; 6.8-10; 11.10). Desse modo, a sentença de Deus – “… Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra…” (Gn 6.7) – estará em harmonia com a sentença – “… porém os seus dias serão cento e vinte anos…”. (Gn 6.3). Se atentarmos para o contexto de Gênesis 6, vamos entender que o “vaticínio” ocorreu 20 anos antes da “vocação” de NOÉ para que construísse a ARCA (Gn 6.13-22). Conclui-se que o plano de construção da ARCA teve uma “apreciação“, uma “vocação” e uma “consumação” que “abarcou” um período de 120 anos (Gn 6.3, 8-10; 7.6).

Redução da Longevidade

Algo perceptível é a redução gradativa da idade dos Patriarcas. Esse fato foi determinante após o Dilúvio [veja a tabela], e possivelmente foi causado pela alteração do habitat humano, que não mais contava com “as águas que estavam sobre a expansão” (Gn 1:7). Cientificamente tem sido defendido que essa condição antes do Dilúvio fosse um fator básico para propiciar longevidade ao homem, e que após o Dilúvio foi desfeito. As “águas sobre a expansão” agora ocupavam lugar com as “águas debaixo da expansão” (Leia “Dilúvio: Lenda ou Fato?“).

A Contagem do Tempo

Baseados na Torá, a maior parte das ramificações judaicas segue o calendário lunar. O calendário judaico rabínico é contado desde 3.760 a.C. O Ano Novo Judáico, chamado “Rosh Hashaná“, acontece no primeiro ou no segundo dia do mês hebreu de Tishri, que pode cair em setembro ou outubro. Os anos comuns, com doze meses, podem ter 353, 354 e 355 dias, enquanto os bissextos, de treze meses, 383, 384 ou 385 dias.

O Calendário Judeu, que tem a sua forma atual desde o século IV, tenta simultaneamente manter o alinhamento entre os meses e as estações e sincronizá-los com a Lua: é um calendário lunissolar. A diferença entre ele e o calendário cristão adotado no mundo ocidental está no princípio em que baseiam o cômputo do tempo. Enquanto o Calendário Gregoriano é solar, o Calendário Judaico é lunar, e consiste em 12 meses calculados de acordo com a Lua: Nisan, Iyyar, Sivan, Tamuz, Ab, Elul, Tishri, Cheshvan, Kislev, Tevet, Shevat e Adar.

Para permitir que as festas agrícolas caiam na época própria, a diferença entre o ano lunar, de 354 dias, e o solar, de 365 dias e seis horas, é eliminada pela intercalação de um mês completo (Ve Adar, ou segundo Adar) em sete anos determinados, chamados bissextos, de um ciclo de 19 anos. O calendário impresso [luach] indica a correspondência entre as datas judaicas e as civis.

Estes são os mecanismos usados para contornar as discrepâncias entre o ano solar e o lunar de modo a respeitar as tradições associadas às festas religiosas.

Fontes: Bíblias de Estudo e Dicionários Bíblicos.

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