A Responsabilidade do Servo

No trecho de Lucas para este estudo, o Senhor Jesus está se aproximando de Jerusalém vindo de Jericó. Muitos dos seus seguidores pensaram que o Reino de Deus apareceria imediatamente, mas o Senhor mostrou que isso não aconteceria. Ele demonstra que teria um período de tempo entre a sua primeira e segunda vinda durante a qual seus servos tinham certas responsabilidades a cumprir. Nós estamos neste período de tempo hoje e nós temos tarefas a serem feitas – “Negociai até que eu volte” (Lucas 19: 11-27).

O fundo histórico desta parábola é de interesse. O rei Herodes Arquelau, o filho de Herodes o Grande, reinou sobre Judéia, Samaria e Idumeia. Reinou por apenas dez anos entre 4 a.C. e 6 d.C. quando foi deposto e forcado ao exílio. No ano 4 a.C. depois da morte do seu pai Arquelau foi declarado Rei na Judéia pelo exercito Romano, porém recusou aceitar o Reinado até que sua posição foi retificada pelo Imperador César Agosto em Roma. Fez a longa viagem e, ao que parece, foi acerca desta viajem que o Senhor Jesus usa como ilustração nesta parábola do “certo homem nobre”. Todavia, há muito mais que podemos aprender desta historia que não se refere somente ao Rei Herodes Arquelau mas ao nosso rei, o Rei dos Reis, Jesus Cristo.

1. Vamos notar que se refere a um Rei Ausente.

Fisicamente, o Senhor Jesus não está aqui na terra. Como o homem nobre, ele foi numa longa viajem. Foi para o céu a fim de esperar o tempo quando voltará à terra ao fim de estabelecer o Seu Reino.

“E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também” (Jo 14:3 ARA)

Sim, Ele vem de volta, embora não sabemos quando! É o que o apostolo Paulo descreve em Tito 2:13:

“aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus”.

Muito bem, Ele está no céu e nós aqui na terra. O que devemos fazer neste intervalo? Anos atrás li a história de um irmão em Nova Zelândia que ficou muito empolgado com a gloriosa verdade que Cristo poderia voltar a qualquer momento. O que fez? Todos os dias, levou uma cadeira para seu quintal e ficou olhando para o céu. É assim que devemos agir? De forma alguma! Nesta historia o Senhor Jesus nos conta o que devemos fazer enquanto esperamos!

2. A Responsabilidade dos Servos:

Chamou dez servos seus, confiou-lhes dez minas e disse-lhes: Negociai até que eu volte (Lc 19:13). É instrutivo notar a diferença entre esta parábola e a parábola dos talentos em Mateus 25:14. Em Mateus 25 lemos de variedade de talentos. Sem dúvida conforme lemos no Novo Testamento cada servo e serva de Deus aqui tem dons diferentes, mas aqui lemos de coisas que os servos do nobre receberam em comum. Cada um recebeu:

  • Uma Mina
  • Uma Ordem

A mina era uma moeda grega de ouro. O que era o valor de uma mina? Pode ser que tenha alguém aqui que tem mais perícia neste assunto do que eu. Todavia, nos meus modestos cálculos, uma mina valeria aproximadamente R$ 1.520,00. E a ordem? Com este dinheiro: Negociai até que eu volte Todos nós aqui temos que nos ocupar nos negócios do nosso Rei.

Que tipo de negocio?

O comentarista William McDonald fala dos privilégios de compartilhar o Evangelho, de representar Cristo no mundo e de Oração. Há muitas maneiras de negociar para o Rei nos dias de hoje e damos graças a Deus e devemos participar na medida do possível e orar a favor de todos que estão trabalhando nestes serviços: Pregação na Casa de Oração, Escola Dominical, Reuniões para crianças, Reuniões de senhoras, Reuniões de oração, Creches, Programas no Radio, Escolas, Trabalho com pessoas que sofrem dos efeitos maléficos de drogas e álcool, Acampamentos, Trabalho com cursos por correspondência e pelo Internet, Distribuição de folhetos, Abrigos de Idosos e especialmente, evangelismo pessoal. Se eu deixei de mencionar algum serviço do Rei, esteja certo que de propósito não foi!

É instrutivo meditar no que devemos estar fazendo “até que o Senhor voltar”

  • Devemos estar ocupados no serviço do Senhor (o que lemos aqui em Lucas 19.13)
  • Devemos demonstrar a morte do Senhor. “Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (1 Cor 11:26 ARA)
  • Devemos ser pacientes “Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas. Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5:7-8 ARA)
  • Devemos conservar o que temos : “tão-somente conservai o que tendes, até que eu venha” (Ap 2:25 ARA)

O fim da parábola nos faz lembrar que há de ter recompenses para quem é fiel ao rei. Seja em pouco, seja em muito. Nos versículos 15 a 19 de Lucas temos a recompensa dos dois servos fieis no desempenho dos negócios do rei.

“Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2 Cor 5:10 ARA)

Será que no fim da nossa jornada, quando entramos na presença do Rei, Ele dirá “Muito bem, servo (serva) bom?!”. Terminando a nossa meditação, gostaria de notar mais dois tipos de pessoas que, quem sabe, estão presentes aqui.

A. O Servo preguiçoso e negligente Lucas 19:20-24

Não creio que aqui fala de perca de salvação, mas de perca de recompensa. “salvai-os, arrebatando-os do fogo; quanto a outros, sede também compassivos em temor, detestando até a roupa contaminada pela carne” (Jd 1:23 ARA)

B. Aqueles que rejeitam o Rei Lucas 19.14 “Mas os seus concidadãos o odiavam e enviaram após ele uma embaixada, dizendo: Não queremos que este reine sobre nós”.

Vamos terminar como começamos com um apelo aos servos e servas de Deus (e não falo somente aos que dedicam todo o seu serviço à obrado Senhor! Não sabemos quando o rei voltará, portanto, gostaria de concluir com uma exortação da Palavra de Deus nas palavras do nosso Rei:

“É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (Jo 9:4 ARA).

Jaime C. Jardine – São Paulo, outubro de 2007.

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