O Nascimento de Jesus

Os Evangelhos de Mateus e Lucas narram o nascimento e infância de Jesus. Junto de sua mãe Maria e de seu pai José, colocam figuras que nos representam na procura, na adoração e no anúncio do Menino Jesus. Mateus refere magos, não judeus, vindos do Oriente, guiados pela estrela, que chegam a Jerusalém e perguntam pelo Rei recém-nascido. Para os Evangelistas, o importante não são os magos nem os pastores, mas sim o Menino Jesus.

Lucas apresenta pastores conduzidos pelos Anjos, como primeiras testemunhas do nascimento do nosso bendito Senhor e Salvador (Lc 2:8-20). São magos ou pastores sem biografia, mas sedentos de verdade, que ao contrário de outros, se interessam pelo Menino e constituem, por assim dizer, uma “parábola ambulante” no procurar, encontrar, adorar, oferecer presentes e no regressar por outro caminho à sua terra, anunciando o nascimento do Senhor (Mt 2:1-12).

O que motiva os magos, os desloca, move e conduz a Belém, é o desejo de ver, adorar e testemunhar d’Aquele que importa conhecer, amar e com Ele configurar a vida, para o anunciar sem medo, e sem constrangimentos, como Salvador, Fonte de Vida e de Esperança para nós e para o mundo. Os magos são representantes do ser humano, sedento de verdade, de amor e de sentido para a sua existência, levado pelo desejo de ver e encontrar.

Os Evangelhos são síntese, “florilégios” de gestos e palavras de Jesus, para que, segundo João “creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e para que, crendo, tenhais vida em Seu nome” (Jo 20:31) ou, segundo Lucas, “para que conheças a certeza das coisas de que estás instruído” (Lc 1:4). Nestes resumos, há lugar para parábolas, alegorias, linguagem figurada e histórias exemplares em ordem a acreditar em Jesus Cristo. Os Evangelistas acreditavam, celebravam, viviam e testemunhavam a fé no Filho de Deus, encarnado, morto e ressuscitado, na comunidade que se reunia no dia do Senhor para celebrarem o memorial de Jesus ressuscitado.

A narração da vinda dos magos guiados pela estrela, é feita a partir de textos bíblicos reiterados, para exortar o homem à fé, à confissão e à adoração de Jesus, pois n’Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas. Em relação a Cristo, o Novo Testamento apresenta a rejeição de uns e a adesão de outros.

“Mas a todos quantos o receberam, aos que creem n’Ele, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1:12-13).

Samuel da Silva Oliveira

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O Nascimento Que Mudou a História

Você já pensou em quantas pessoas nasceram até o dia em que nasceu Jesus? Um número incalculável, por certo. Muitos nasceram e se tornaram homens e mulheres comuns; outros se tornaram ricos e poderosos; outros reis e rainhas. E todos morreram deixando títulos e fortunas, grandes prodígios e histórias vergonhosas. E depois de alguns anos, perderam-se no esquecimento e deixaram de ser lembrados.

E outros tantos nasceram e se tornaram “divindades”. Foram cultuados pelos homens, transformados em centros de adoração, e ao morrerem também foram relegados ao esquecimento. Pouco se fala deles e quase nada restou para compactar os povos.

Mas o nascimento de Jesus foi um fato sem paralelo. Mudou a história da humanidade, mudou o homem e deu-lhe uma nova esperança. O pequeno infante de Belém, anunciado pelos anjos aos pastores, e por estes visitado, tornou-se o centro das atenções de pessoas humildes e poderosas. Quando criança foi perseguido por Herodes e na idade adulta continuou sendo perseguido, ora por religiosos, por soldados, por escribas e por fariseus.

E assim cresceu e se tornou homem com qualidades notáveis que o destacavam entre os demais. Mas, por que seu nascimento mudou a história? Porque a história dos povos e a história do homem com suas mazelas e pecados, somente pode ser mudada porque nasceu um Deus-Homem que veio para mudar. Veio para salvar. Veio para reinar. Veio para dar vida.

O nascimento de Jesus é diferente de todos os outros nascimentos. Nasceu de uma virgem e foi concebido por graça e poder do Espírito Santo. Viveu como homem, viveu como Deus. Se viesse a este mundo somente como Deus sem sua humanidade, o homem jamais poderia conhece-lo; nasceu como homem para ser conhecido e amado pelo homem. E como homem enfrentou a cruz, e ao ressuscitar pôde provar que é Deus, pois somente Deus tem poder sobre a morte.

Nasceu como homem para amar o homem. O nascimento de Jesus é diferente de outros nascimentos, porque foi profetizado antes da fundação do mundo, e toda a sua trajetória foi marcada com antecedência e afirmações precisas. Nada deixou de cumprir-se e tudo o que se falou sobre ele aconteceu em todos os seus detalhes. Jesus nasceu para mudar o coração do ser humano e por esta razão é um nascimento sem par. Já se passaram mais de dois mil anos e a cada dia mais notoriedade Ele alcança. O brilho do seu nome não se apaga e como um luzeiro cresce mais e mais.

Outros nomes já se apagaram totalmente e muitos nunca ouviram falar de suas façanhas. Quem foi Napoleão Bonaparte para o mais rude homem do campo? Onde estão suas bravuras e as muitas batalhas ganhas? Mas pergunte ao mais humilde homem quem foi Jesus, e um sorriso sempre se esboçará de seu rosto: “Ah! Jesus, sim eu sei quem é Jesus”; outros, ainda dirão: “Eu sei quem é Jesus, pois Ele me salvou”. Sim, o nascimento de Jesus mudou a história, porque para isso ele nasceu. Ele veio para buscar e salvar o perdido. Ele nasceu para salvar e resgatar o homem que se perdeu ao longo do caminho.

Pergunte à pequena criança e ao velho encanecido quem é Jesus e logo terá a resposta. Pergunte à mãe cristã, aflita e triste que acabou de perder o filho, e ela dirá quem é Jesus. Ele muda a história do mundo, move corações de reis e poderosos, mas o seu maior interesse é mudar o coração do homem tão corrompido. E ele pode é quer mudar. Por isso seu nascimento é diferente de todos os demais. É tão diferente que ele somente se regozija quando ele vem a nascer no coração do homem que tanto ama.

Agora que você já conhece esta grandiosa diferença, faça como os humildes pastores que foram visitá-lo apressadamente – dê a sua reverência e cante louvores como eles, porque em Belém, na cidade de Davi, nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor (Lc 2.8-14).

Orlando Arraz Maz