O Dever de Reprovar Nosso Próximo

Não aborrecerás a teu irmão no teu coração; não deixarás de repreender o teu próximo, e nele não sofrerás pecado” (Lv 19:17).

Uma grande parte do livro de Êxodo e quase todo o livro de Levítico relatam o ritual ou lei cerimonial de Moisés; que era peculiarmente dada aos filhos de Israel; mas tal ‘jugo’, diz o Apóstolo Pedro, ‘nem nossos antepassados, nem nós seríamos capazes de suportar’. Nós estamos, por conseguinte, libertos dele: E isto é uma das ramificações da ‘liberdade com a qual Cristo nos tem feito livres’. Ainda assim, é fácil observar que muitos preceitos morais excelentes estão entremeados nessas leis cerimoniais. Diversos deles, nós encontramos nesse mesmo capítulo: Tais como:

“Semelhantemente, tu não rabiscarás a tua vinha; nem colherás os bagos caídos da tua vinha; irás deixá-los aos pobres e ao estrangeiro. Eu sou o Senhor vosso Deus” (Lv 19:10).

Você não deve roubar ou mentir um ao outro. “Não furtareis, nem mentireis, nem usareis de falsidade, cada um com o seu próximo” (Lv 19:11).

“Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do jornaleiro não ficará contigo até à manhã” (Lv 19:13).

“Não amaldiçoarás ao surdo, nem porás tropeço diante do cego; mas terás temor do teu Deus. Eu sou o Senhor” (Lv 19:14). Como se ele tivesse dito: “Eu sou aquele cujos olhos estão sobre toda a terra, e cujos ouvidos estão abertos ao clamor deles”.

“Não fareis injustiça no juízo; o que os homens compassivos podem estar tentados a fazer; não aceitarás o pobre, nem respeitarás o grande; com justiça julgarás o teu próximo”, para o que existem milhares de tentações (Lv 19:15).

“Não andarás como mexeriqueiro, entre o teu povo; não te porás contra o sangue do teu próximo. Eu sou o Senhor”. Embora este seja um pecado que as leis humanas nunca tinham sido capazes de evitar.

Então segue: “Não aborrecerás a teu irmão no teu coração; não deixarás de repreender o teu próximo, e nele não sofrerás pecado” (Lv 19:17).

Com o objetivo de entender essa importante direção, corretamente, e aplicá-la de maneira proveitosa para nossas almas…

I. O que devemos repreender ou reprovar? Qual é a coisa que está aqui ordenada?

Vamos considerar primeiro, qual o dever que está aqui prescrito? O que é isto que devemos repreender ou reprovar? Dizer a cada um de suas faltas; como claramente aparece das palavras seguintes: ‘Você não sofrerá pecado nele’. O Pecado é, portanto, a coisa que nós somos chamados a reprovar; ou, preferivelmente, a ele que comete pecado. Nós devemos fazer tudo o que está em nós para convencê-lo de sua falta, e conduzi-lo ao caminho certo.

O amor, de fato, requer que nós o admoestemos, não apenas por causa do pecado (embora, por isto, principalmente), mas igualmente, por qualquer erro que, se persistido nele, naturalmente conduziria ao pecado. Se nós não ‘o odiarmos em nosso coração’, se nós amarmos nosso próximo como a nós mesmos, este será nosso esforço constante; chamar-lhe a atenção a cada caminho pecaminoso, e a cada equívoco que se incline ao mal.

Mas, se nós não desejamos perder nosso trabalho, nós raramente deveremos reprovar alguém, por alguma coisa que seja de natureza disputável; que se poderá dizer ser de ambos os lados. Uma coisa pode parecer possivelmente má, para mim; portanto, eu tenho aversão, pelo fato de fazê-la; mas, se eu tiver de fazê-la, enquanto aquele escrúpulo permanecer em mim, eu serei um pecador diante de Deus. Mas outro não deverá ser julgado, pela minha consciência: Pelo seu mestre, ele resiste ou cai. Por conseguinte, eu não o reprovaria, a não ser por aquilo que fosse claramente e inegavelmente pecaminoso. Tais, por exemplo, como blasfêmia e juramento profano; que, mesmo aqueles que os praticam, não irão frequentemente se aventurar a defender, se alguém indulgentemente objetá-los. Tal, como bebedeira, que mesmo um bêbado habitual irá condenar, quando sóbrio. E tal, por conta da generalidade das pessoas, que é o profanar o dia do Senhor. E, se alguém que seja culpado desses pecados, durante um tempo, tentar defendê-los, muito poucos irão persistir em fazê-lo, se vocês os olharem firmemente em seu rosto, e apelarem para suas consciência, às vistas de Deus.

II. Quem eles são, a quem somos ordenados a reprovar?

Em Segundo Lugar, vamos considerar quem são esses, a quem nós somos chamados a reprovar. É bastante necessário considerar isto, porque é afirmado por muitas pessoas sérias, que existem alguns pecadores, os quais as próprias Escrituras nos proíbem de reprovar. Esse entendimento tem sido colocado, naquela solene precaução de nosso Senhor, em seu Sermão do Monte: ‘Não jogue pérolas aos porcos, a fim de ele eles não as pisem, e voltem-se e despedacem vocês’. Mas o claro significado dessas palavras é: Não ofereçam as pérolas; as doutrinas sublimes e os mistérios do Evangelho, para aqueles que vocês sabem serem homens brutos, imersos no pecado, e que não têm o medo de Deus diante de seus olhos. Isto exporia aquelas joias preciosas à contenda, e vocês mesmos ao tratamento injurioso. Mas, mesmos esses a quem nos sabemos ser, no entendimento de nosso Senhor, cães e porcos, se nós os virmos fazer, ou os ouvirmos falar, o que eles mesmos sabem é pecaminoso, nós devemos, de qualquer maneira, reprová-los; em vez de ‘odiarmos nosso irmão em nossos corações’.

As pessoas compreendidas como ‘nosso próximo’ são todos os filhos dos homens; todos que respiram o ar vital; todos os que têm almas a serem salvas. E se nós nos refrearmos de executar esse ofício de amar a qualquer um, porque eles são pecadores acima de outros homens, eles podem persistir em suas iniquidades, mas o sangue deles será requerido de nossas mãos.

Quão notável é a reflexão do Sr. Baxter, a este respeito, em seu, ‘Dia do Descanso Eterno!’. “Suponha que tu encontres, no mundo mais baixo, alguém a quem tu tenhas negado o ofício do amor, quando ambos estavam juntos debaixo do sol; que resposta tu poderias dar para a repreensão dele? ‘Em tal momento e lugar, enquanto nós estávamos debaixo do sol, Deus me entregou em tuas mãos. Eu, então, não conhecia o caminho da salvação, mas buscava a morte no erro da minha vida; e, nisto, tu permitistes que eu permanecesse, sem, uma única vez, esforçar-te para acordar-me do sono! Tiveste tu concedido a mim teu conhecimento, e me advertido a fugir da ira que há de vir, nem tu, nem eu precisaríamos ter vindo para este lugar de tormento'”.

Cada um, portanto, que tem uma alma a ser salva, tem direito a esse bom oficio de amor de vocês. Ainda assim, isto não implica que ele deva ser feito, da mesma maneira, a todos. Não pode ser negado que existem alguns, aos quais ele é particularmente devido. Em primeiro lugar, aos nossos pais, se alguém permanece na dependência deles; a menos que coloquemos nossos cônjuges e nossos filhos em igual valor. Próximo a esses, nós podemos situar nossos irmãos e irmãos; e, mais tarde nossos parentes, já que eles são unidos a nós, de maneira mais ou menos distante, se pelo sangue, ou pelo casamento. Imediatamente após, estão nossos servos, se confinados a nós, por contrato de anos, ou algum termo mais curto. Por fim, tais em níveis diversos são nos compatriotas, nossos concidadãos, e os membros da mesma sociedade, se civis ou religiosos: Os últimos têm uma reivindicação particular para com nosso serviço; vendo que essas sociedades são formadas com o objetivo de vigiar uns aos outros, para essa mesma finalidade: para que não possamos tolerar pecado sobre nosso irmão. Se nós negligenciamos reprovar algum desses, quando uma oportunidade justa se oferece, nós indubitavelmente estaremos entre aqueles que ‘odeiam seus irmãos em seus corações’. E quão severa é esta sentença do Apóstolo contra esses que caem nessa condenação! ‘Ele que odeia seu irmão’, mesmo que ele não o faça por palavras ou ações, ‘ele é um assassino’. ‘E você sabe’, continua o Apóstolo, que nenhum assassinado tem a vida eterna habitando nele’. Ele não tem sementes plantadas em sua alma, que crescem para a vida eterna: em outras palavras, ele está em tal estado, que se ele morrer nele, ele não poderá ver vida. Segue-se claramente que, negligenciar isto não é uma coisa pequena, mas eminentemente perigosa para nossa salvação final.

III. Como deveremos reprová-los?

Nós vimos o que significa reprovar nosso irmão, e quais são estes que nós devemos reprovar. Mas a principal coisa permanece a ser considerada. Como – de que maneira – nós devemos reprová-los?

Concorda-se que existe uma dificuldade considerável em executar isto de uma maneira correta. Embora, ao mesmo tempo, ela seja bem menos difícil para alguns do que é para outros. Existem alguns que são particularmente qualificados para isto, se pela natureza, prática, ou graça. Eles são incumbidos tanto da vergonha diabólica, quanto daquela opressão, o medo do homem: Eles estão ambos prontos a empreender seu trabalho de amor, e são hábeis em realizá-los. Para esses, por conseguinte, ele é uma cruz pequena, ou nenhum sacrifício afinal; mais do que isto, eles têm uma espécie de inclinação a ele, e uma satisfação nele; além do que, a consciência de ter feito a sua obrigação. Mas mesmo que ele seja uma cruz para nós, maior ou menor, nós sabemos para o que fomos chamados. E mesmo que a dificuldade seja sempre tão grande, nós sabemos em que nós temos de confiar; e que Ele irá certamente cumprir sua palavra: ‘Assim como seu dia, a sua força será’.

De que maneira, então, nós devemos reprovar nossos irmãos, para que nossa reprovação possa ser mais efetiva?

Em primeiro lugar, nós devemos tomar cuidado para que possamos fazer tudo, no ‘espírito de amor’; no espírito de boa-vontade amorosa para com nosso próximo; já que se trata de alguém que é filho de nosso Pai comum, e alguém por quem Cristo morreu, para que ele possa ser um participante da salvação. Então, pela graça de Deus, o amor produz amor. A afeição de um orador irá espalhar-se pelo coração do ouvinte; e vocês irão se certificar, no devido tempo, que o trabalho de vocês não tem sido em vão no Senhor.Nesse meio tempo, o maior cuidado deverá ser tomado para que vocês falem no ‘espírito de humildade’. Precavenham-se de pensar em vocês mesmos, mais altamente do que deveriam pensar. Se vocês pensam tão altamente sobre vocês mesmos, vocês dificilmente poderão evitar desdenhar seu irmão. E se vocês mostram, ou mesmo sentem o menor menosprezo por aqueles a quem vocês irão reprovar, isto irá estragar todo o trabalho de vocês, e fará com que vocês percam todo ele. Para prevenir a mesma aparência de orgulho, é necessário frequentemente ser sincero; para repudiar tudo que prefira vocês mesmos diante dele; e ao mesmo tempo, reprovar aquilo que é pecaminoso, para dar e glorificar a Deus, por aquilo que é bom nele.

Grande cuidado deve ser tomado, em Terceiro lugar, para falarem no ‘espírito de mansidão’. O Apóstolo nos assegura que ‘a ira dos homens não opera a retidão de Deus’. Raiva, embora ela seja adornada com o nome de zelo, produz ira. Não amor ou santidade. Nós devemos, por conseguinte, evitar, com todo cuidado possível, a mesma aparência dela. Não deixe existir traço algum dela, tanto em seus olhos, gestos, ou no tom da voz; mas que todos esses concorram para manifestarem o espírito de amor, humildade, e imparcialidade.

Mas, em todo o tempo, veja que vocês não confiem em si mesmos. Ponham nenhuma confiança em sua própria sabedoria, ou atitudes, ou habilidades de quaisquer espécies. Porque todo o sucesso do que quer que vocês falem ou façam, está em não confiar em si mesmos, mas no grande Autor de todos os dons bons e perfeitos. Por conseguinte, enquanto vocês estão falando, continuamente elevem seus corações a Ele que opera tudo em todos. E o que for falado, no espírito de oração, não irá cair ao chão.

Tanto para o espírito, por meio do qual nós devemos falar quando reprovamos nosso próximo. Eu agora prossigo para a maneira exterior. Tem sido frequentemente visto que, prefaciar a reprovação, com uma profissão franca de boa-vontade, tem feito com que o que foi falado mergulhe profundamente no coração. Isto geralmente terá melhor efeito, do que a engenhosidade moderna maravilhosa, — adulação, por meio da qual os homens do mundo têm feito frequentemente coisas surpreendentes. Mas as mesmas coisas; sim, muito maiores, têm sido muito mais frequentemente efetivas, através de uma declaração clara e sincera de amor desinteressado. Quando vocês sentem que Deus tem acendido essa chama em seus corações, não a ocultem; deem vazão a ela! Ela irá penetrar como a luz. O resistente e o de coração duro irão se derreter diante de vocês, e saberão que Deus está com quem tem a verdade.

Embora seja certo que o ponto principal na reprovação seja fazer isto com o espírito correto; ainda assim, deve-se entender que existem diversas pequenas circunstâncias com respeito às maneiras exteriores, que não deverão ser, de maneira alguma, menosprezadas. Uma dessas é, em qualquer que seja o momento que vocês forem reprovar, fazerem-no com a maior seriedade; de modo que se vocês estiverem realmente sendo sinceros, que isto apareça em vocês. Uma reprovação ridícula causa pequena impressão, e é logo esquecida; além disso, muitas vezes, faz mal, como se vocês ridicularizassem a pessoa que vocês reprovam. De fato, aqueles que não estão acostumados a zombar de alguém, não ficam bem em serem ridículos nisso. Uma maneira de dar um ar sério ao que vocês falam, é, tão frequentemente quanto possa ser possível, usarem das mesmas palavras das Escrituras. Frequentemente, nós nos certificamos que a palavra de Deus, mesmo em conversa privada, tem uma energia peculiar; e o pecador, quando menos ele espera, sente-a como ‘uma espada afiada de dois gumes’.

Ainda assim, existem algumas exceções para essa regra geral de reprovar seriamente. Existem alguns casos isentos nisto, como um bom juiz da natureza humana observa: uma brincadeira dessa natureza, bem colocada no momento da repreensão, irá penetrar mais profundamente do que um argumento sólido. Mas isto tem lugar principalmente, quando nós temos de fazê-la com aqueles que são estranhos à religião. E quando nós somos condescendentes ao dar uma reprovação ridícula, para uma pessoa desse caráter, parece que estamos autorizados a assim proceder, através daquele conselho de Salomão: ‘Responda ao tolo de acordo com sua própria tolice, a fim de que ele seja sábio aos seus próprios olhos’.

A maneira de reprovar pode, em outros aspectos também, variar de acordo com a ocasião. Algumas vezes, vocês podem achar apropriado usar muitas palavras para expressar a ideia de vocês largamente. Outras vezes, vocês podem julgar mais expedientes usar poucas palavras; talvez, uma simples sentença; e, em outras, pode ser aconselhável usar nenhuma palavra, afinal, mas um gesto, um sinal, ou um olhar, particularmente quando a pessoa que vocês reprovariam está numa condição hierárquica muito superior a vocês. E, frequentemente, essa espécie de silêncio de reprovação será atendida pelo poder de Deus, e, consequentemente, ter um efeito muito melhor do que um discurso longo e laborioso.

Uma vez mais: Lembrem-se da observação de Salomão: ‘Uma palavra falada, no momento adequado, quão boa ela é!’. É verdade que se vocês forem providencialmente chamados a reprovar alguém a quem parece que vocês não irão ver mais, vocês devem agarrar a presente oportunidade, e falar, ‘no momento certo’ ou ‘fora do momento’; mas com os que vocês têm a oportunidade de ver frequentemente, vocês podem esperar pelo momento oportuno. Aqui, o conselho do poeta tem seu lugar: Vocês podem falar, quando ele está de bom humor, ou quando ele pergunta a vocês. Aqui, você pode escolher o momento em que a mente dele está leve, e as feições moderadas: E, então, Deus irá ensinar como falar, e abençoar o que é falado.

Mas deixem-me avisá-los de um erro. Ele passa por uma máxima indiscutível: ‘Nunca tente reprovar um homem que esteja intoxicado com bebida. A reprovação é feita, e, então, ela é jogada fora, e não pode ter efeito bom’. Eu não me atreveria a dizer isto. Eu tenho visto não poucos exemplos claros, exatamente do contrário. Aqui vocês têm um: Muitos anos atrás, em Moorfields, passando por um homem que estava tão bêbado, que mal podia permanecer de pé, eu coloquei um papel nas mãos dele. Ele olhou para o que estava escrito, e disse: ‘Uma Palavra – Uma Palavra a um Bêbado, – este sou eu, – Sir, Sir! Eu estou errado, – Eu sei que estou errado, – eu imploro que me deixe falar um pouco com você’. Ele me segurou pela mão, por meia hora: E eu creio que nunca mais bebeu.

Eu suplico a vocês, irmãos, pela misericórdia de Deus, para que não menosprezem os pobres bêbados! Tenham compaixão deles! Estejam um instante com eles, nas boas oportunidades, ou fora delas! Não deixem que a vergonha ou o medo de homens; os impeçam de tirar esses galhos do fogo: Muitos deles já condenaram a si mesmos. Nem eles podem discernir as situações pecaminosas, já que eles estão nelas; a não ser o desespero de não terem esperança de escapar daquilo; e eles afundam, no mais profundo, porque ninguém oferece alguma esperança para eles! ‘Pecadores de todas as outras espécies’, diz um clérigo notável, ‘eu tenho frequentemente convertido para Deus. Mas um bêbado habitual, eu nunca conheci um que fosse convertido!’. Mas eu [John Wesley] conheci quinhentos, talvez, cinco mil. “Ho! Vocês que leram essas palavras. Então, ouçam as palavras do Senhor! Eu tenho uma mensagem de Deus, para vocês, Ó pecador! Assim diz o Senhor: ‘Não jogue fora a esperança. Eu não me esqueci de vocês. Aquele que diz a vocês que não existe esperança, é um mentiroso desde o início’. Olhe para o alto! Vejam o Cordeiro de Deus, que toma os pecados do mundo! Esse dia é a salvação vinda para suas almas: Vejam apenas que vocês não desprezem a ele que fala! Exatamente agora ele diz a vocês: ‘Filhos, tenham ânimo! Seus pecados foram perdoados de vocês!’

Por fim: Vocês que são diligentes nesse ofício de amor, vejam que vocês não sejam desencorajados; mesmo que vocês não vejam os frutos presentes, depois de terem usado o melhor de seus esforços. É preciso paciência, e, então, ‘depois de terem feito a vontade de Deus’, em seguida, a colheita virá. Nunca se ‘cansem de fazer o bem; no devido tempo, vocês terão proveito, se vocês não esmorecerem’. Sigam Abraão que ‘contra a esperança, ainda acreditou na esperança’. ‘Atirem o pão nas águas; e vocês irão encontrá-lo, depois de muitos dias’.

Eu tenho apenas algumas poucas palavras para acrescentar a vocês, meus irmãos, que, vulgarmente, são chamados de ‘Metodistas’: Eu nunca ouvi ou li, a respeito de algum avivamento considerável de religião, que não fosse atendido com o espírito de reprovação. Eu acredito que não possa ser de outro modo. Para que existe a fé, se não for para ser operada pelo amor? Assim, foi em todas as partes da Inglaterra, quando o avivamento da religião presente começou, por volta de cinquenta anos atrás: Todos os responsáveis pelo avivamento, — todos os Metodistas, assim chamados, em todas as partes, foram reprovadores do pecado exterior. E, de fato, assim são todos os que ‘justificados pela fé, têm paz com Deus, através de Jesus Cristo’. Dessa forma, eles são, a princípio; e se eles usam aquele dom precioso, ele nunca lhes será tirado. Venham irmãos, em nome de Deus, vamos começar novamente! Rico ou pobre, vamos nos levantar como um só homem; e de alguma forma, que todos os homens ‘reprovem seu próximo, e não sofra pecado por ele!’. Então, toda a Grã Bretanha e Irlanda saberão que nós não ‘estamos em guerra com nossa própria costa’. Sim; ‘e que Deus nos abençoe, e todas as extremidades do mundo possam temê-lo’.

John Wesley (1703 – 1791) – Manchester, 28 de Julho de 1787.

Reconhecimentos: Editado por Dave Giles, estudante da ‘Northwest Nazarene College (Nampa, ID)’, com correções de George Lyons para a ‘Wesley Center for Applied Theology’. Este documento é da ‘Christian Classics Ethereal Library’ server.

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