Histórico – Josué

Autor: Incerto (Josué?!) — O autor do Livro de Josué não pode ser determinado pelas Escrituras. O uso do pronome “nós” e “nos” (como em 5.6) sustenta a teoria de que o autor deve ter sido testemunha de alguns acontecimentos que ocorreram durante estes período. Js 24.26 sugere que o autor de pelo menos grandes seções foi o próprio Josué. Outras passagens, entretanto, não poderiam ter sido escrita por Josué. Sua morte é registrada no capítulo final (24.29-32). Vários outros acontecimentos que ocorreram após a sua morte são mencionados: A conquista de Hebrom por Calebe (14.6-15); a vitória de Otniel (15.13-17); e a migração para Dã (19.47). Passagens paralelas em Jz 1.10-16 e Jz 18 confirmam que esses acontecimentos ocorreram após a morte de Josué. É mais provável que o livro tenha sido composto em sua forma final por um escriba ou editor posterior, mas foi baseado em documentos escritos por Josué.

A Data

1400 – 1375 a.C.

O Livro de Josué cobre cerca de vinte anos da história de Israel sob a liderança de Josué, assistente e sucessor de Moisés. A data comumente aceita da morte de Josué é por volta de 1375 a.C.. Portanto, o livro engloba a história de Israel entre 1400 a.C. e 1375 a.C. e é provável que tenha sido compilado pouco tempo depois.

O Contexto Histórico

O livro começa nas vésperas da entrada de Israel em Canaã. Politicamente, Canaã se dividia em várias cidades-estados, cada uma com seu governo autocrático e todas hostis umas com as outras. Moralmente, as pessoas eram depravadas; a anarquia e a brutalidade eram comuns. A religião Cananéia enfatizava a fertilidade e o sexo, adoração da serpente e o sacrifício de crianças. O cenário estava estabelecido e a terra propícia para a conquista. Em contrapartida, o povo de Israel estava sem pátria havia mais de quatrocentos anos (Gn 15.13). Eles tinham vivido em servidão aos Faraós egípcios e depois ficaram perambulando sem rumo no deserto por mais de quarenta anos. Entretanto, embora imperfeitamente, continuavam fiéis ao único e verdadeiro Deus e se apegavam à promessa que ele tinha feito ao antepassado deles, Abraão. Séculos antes, Deus havia prometido transformar Abraão e seus descendentes em uma grande nação e dar-lhes Canaã como pátria sob a condição de que eles continuassem fiéis e obedientes a ele (Gn 17) . Agora, eles estavam prestes a vivenciar o cumprimento dessa promessa.

O Conteúdo

O Livro de Josué é o sexto do AT e o primeiro de um grupo de livros chamado os Profetas Anteriores. Coletivamente, esses livros traçam o desenvolvimento do Reino de Deus na Terra Prometida até o cativeiro da Babilônia – Um período de cerca de novecentos anos. Josué narra o período da entrada de Israel em Canaã através da conquista, divisão e estabelecimento da Terra Prometida.

O Cristo Revelado

Cristo é revelado no Livro de Josué de três maneiras; por revelação direta, por modelos e por aspectos iluminantes de sua natureza. Em 5.13-15, o Deus Trino apareceu a Josué como o “príncipe do exercito do SENHOR” . Através de sua aparição, Josué teve certeza de que o próprio Deus era o responsável. Era tarefa de Josué, bem como nossa , seguir os planos do príncipe, além de conhecer o príncipe. Um modelo é um símbolo, uma lição objetiva. Pode-se encontrar tipos em uma pessoa, em um ritual religioso e mesmo em um acontecimento histórico. O próprio Josué era um modelo de Cristo. Se nome, que significa “Jeová é Salvação”, é um equivalente hebraico do grego “Jesus”. Josué guiou os israelitas até a possessão de sua herança prometida, bem como cristo nos leva à possessão da vida eterna. O cordão de fio de escarlata na janela de Raabe (2.18,21) ilustra a obra de redenção de Cristo na cruz. O Pano cor de sangue pendurado na janela salvou Raabe e sua família da morte. Assim, Cristo também derramou seu sangue e foi pendurado na cruz para nos salvar da morte. Um dos aspectos da natureza de Cristo revelada em Josué é o da promessa cumprida. No final de sua vida, Josué testemunhou: “nem uma só promessa caiu de todas as boas palavras que falou de vós o SENHOR, vosso Deus” (23.14). Deus, em sua graça e fidelidade, sustentou e preservou seu povo tirando-os do deserto e levando-o à Terra Prometida. Ele fará o mesmo por nós através de Cristo, que é a Promessa.

O Espírito Santo em Ação

Uma tendência constante da obra do Espírito Santo flui através do Livro de Josué. Inicialmente, sua presença surge em 1.5, quando Deus conhecendo a esmagadora tarefa de comandar a nação de Israel, forneceu a Josué a promessa de seu Espírito sempre presente. O trabalho do Espírito Santo era o mesmo antes de agora: ele atrai as pessoas a um relacionamento de salvação com Cristo e realiza os propósitos do Pai. Seu objetivo em Josué, bem como no AT, era a salvação de Israel, pois, foi através dessa nação que Deus escolheu salvar o mundo (Is 63.7-9). Várias características sobre a maneira como o Espírito opera podem ser vistas em Josué. A obra do Espírito Santo é contínua: “Não te deixarei nem te desampararei” (1.5). O Espírito Santo está comprometido a realizar a tarefa, independentemente de quanto tempo demore. Sua presença contínua é necessária para o sucesso do plano de Deus na vida dos homens. A obra do Espírito Santo é mútua: “Tão somente sê forte e mui corajoso para teres cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares” (1.7). Foi dito: “Sem ele, não podemos; sem nos ele não quer”. A cooperação com o Espírito Santo é essencial à vitória. Ele nos habilita a cumprir nosso chamado e a completar a tarefa ao nosso alcance. A obra do Espírito Santo é sobrenatural. A queda de Jericó foi obtida mediante a destruição milagrosa de seus muros (6.20). A vitória foi alcançada em Gibeão, quando o Espírito deteve o sol (10.12-13). Nenhuma obra de Deus, seja a libertação da servidão ou possessão da bênção, é realizada sem ajuda do Espírito.

Esboço de Josué

1.1 – 5.15 – Preparação da herança

1.1-18 – Mediante a escolha do líder do exército

  • 1.1-9 – Josué ouve o chamado
  • 1.10-15 – Josué dá o mandamento
  • 1.16-18 – Josué recebe estímulo

2.1 – 5.15 – Mediante o preparo do exército para a batalha

  • 2.1-24 – Procurando a moral do inimigo
  • 3.1-5.1 – Posicionando o povo para a batalha
  • 5.2-12 – Fortalecendo as tropas para a guerra
  • 5.13-15 – Convencendo um líder a servir

6.1 – 12.24 – Possuindo a herança

6.1 – 8.35 – O território central

  • 6.1-27 – Jericó – A obediência traz a conquista
  • 7.1-26 – Acã – O pecado traz a derrota
  • 8.1-29 – Ai – O arrependimento traz a vitória
  • 8.30-35 – Monte Ebal e Monte Gerizim – A lei traz a bênção

9.1 – 10.43 – O território do Sul

  • 9.1-27 – Gibeonitas – O engano traz o cativeiro
  • 10.1-43 – Amorreus – Os milagres trazem a liberação

11.1-15 – O território do Norte

11.16 – 12.24 – Revisando os territórios conquistados

  • 11.16-23 – Os territórios
  • 12.1-24 – Os reis

13.1-22.34 – Compartilhando a herança

13.1 – 21.45 – Distribuindo a herança

  • 13.1-7 – Partes ainda não conquistadas
  • 13.8-33 – Partes para Ruben, Gade e Manassés
  • 14.1-5 – Dividindo as partes a oeste da Jordânia
  • 14.6-15 – Uma parte para Calebe
  • 15.1-63 – Uma parte para Judá
  • 16.1 – 17.18 – Uma parte para Efraim e Manassés
  • 18.1 – 19.48 – Partes para as tribos restantes
  • 19.49-51 – Uma parte para Josué
  • 20.1-6 – 21.1-45 – Cidades de refúgio e para os levitas

22.1-34 – Discutindo o futuro

  • 22.1-9 – Uma benção para as tribos do Leste
  • 22.10-34 – Uma explicação para o altar

23.1 – 24.33 – O discurso final de Josué e sua morte

  • 23.1-16 – Josué aconselha os líderes
  • 24.1-28 – Josué desafia o povo
  • 24.29-33 – Josué morre

Fonte: Bíblia Plenitude

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