Guarda o Forte!

Desta vez apresentamos a história de uma música de hinos que aparece em alguns hinários com duas ou mais letras diferentes. É o caso desta música que conhecemos com duas letras diferentes e com o sentido evangelístico “Guarda o Forte!” e entre outras “Saudai o nome de Jesus”.

O autor de “Guarda o Forte!” é o famoso hinólogo e compositor, Sr. Philip Paul Bliss (1838 – 1876). Ele nasceu de uma família pobre, descendente dos antigos puritanos, numa fazenda da Pensilvânia, EUA, e dizem que as circunstâncias da sua infância pareciam tão desfavoráveis que não poderiam ajudá-lo a desenvolver o seu talento musical. Ele mesmo fabricava os seus rudes instrumentos com os quais produzia os sons maravilhosos da sua música.

A música que estamos considerando, “Guarda o Forte”, foi influenciada pela coragem e intrepidez de um grupo de soldados que defendera, heroicamente, uma fortaleza de Altoona, na América do Norte, durante a guerra civil, no ano de 1863. Quando tudo parecia completamente perdido, com todos desanimados por falta de alimento e munição, e com muitos feridos e sem esperança de salvação, eis que um grande corpo do Exército Federal aparece por detrás das montanhas e além das forças inimigas, fazendo sinais por meio de bandeiras, trazendo a seguinte mensagem: “Sustentai o forte! Vamos em vosso auxílio!”. Com os ânimos redobrados e com novas esperanças, conseguiram lutar um pouco mais até que os inimigos foram derrotados e, por fim, foram salvos e libertados do cerco.

Philip Paul Bliss passou por aquelas cercanias sete anos após aquela batalha e, ao ouvir o relato do heroísmo daqueles soldados, logo lhe surgiram à mente as palavras e a música dum novo hino que seria o cântico de vitória dos cristãos: “Guarda o forte! Em breve Eu venho,! Diz o Salvador.! Respondamos: Venceremos Pelo Teu favor”.

Com o seu fino tato espiritual, Bliss apoderou-se do histórico acontecimento da batalha e tornou-se um símbolo da vida cristã; um contínuo batalhar, sem descanso e sem quartel. Inimigos pertinazes promovem assaltos sem tréguas e a luta se prolonga tanto quanto a vida (Rm 7:18-24). Por vezes, esfarelados os muros da fortaleza, diminuídas as reservas de resistência e quase desfeitas as esperanças de sobrevivência, o desalento e o desespero nos aconselham a desfraldar a bandeira branca da rendição. Mas outras bandeiras, então, se desfraldam sobre a crista dos montes, pois o Anjo do Senhor se acampa ao redor dos que O temem e os livra (Sl 121:1-2). E, das montanhas da salvação, na imagem daquele monte descalvado, nos arredores de Jerusalém, o grande Capitão vem ao nosso encontro, pronto e poderoso para nos socorrer. Ele é o nosso socorro bem presente em toda angústia!

A referida música apareceu, primeiramente, numa coleção de hinos sacros usada pelos americanos no tempo das campanhas evangelísticas de Moody e Sankey, no fim do século passado. Uma das letras, em português, de escritor anônimo, tem como título “Cristo quer salvar-te” e começa com as seguintes palavras: “Hoje Cristo quer falar-te, pobre pecador”.

Mas a história registra, ainda, um incidente assaz dramático na infância de Bliss. Quando tinha apenas dez anos de idade, passou por uma casa rica, onde alguém tocava piano. Era a primeira vez que ouvia aquele instrumento. Ficou tão encantado que subiu as escadas da casa, penetrou na sala onde se encontrava uma dama tocando e ali ficou de pé, parado e extasiado, a contemplar a linda dama. Quando ela terminou não pôde deixar de pedir-lhe que tocasse um pouco mais. A dama, assustada com a presença inesperada do menino desconhecido, não compreendeu o interesse nem o ardor que o animava e mandou-o retirar-se dali. Esse incidente foi apontado, mais tarde, como sendo a origem de um outro hino de sua autoria, também muito conhecido, que se encontra em alguns hinários, cuja letra inicia assim: “Repeti-mas inda outra vez estas palavras de vida. Que belas são! Que belas são! Essas palavras de vida”.

A outra, em português, é de autoria do Sr. Stuart Edmund McNair (1867-1959), cujo título é “Tudo Cristo já tem feito” e começa com as seguintes palavras: “Ó mortal! Se tu redobras O teu trabalhar”. Ambas as letras têm caráter evangelístico, tendo sido usadas para essa finalidade!

Guarda O Forte!

Hoje Cristo quer falar-te, pobre pecador;

Nunca deixes de importar-te com o Salvador.

Cristo quer salvar-te, agora; ouve, pecador!

Não hesites! Sem demora, vem ao Salvador.

Pecador, por que é que ficas na condenação?

Nunca ouviste que bem ricas Suas graças são?

Ele deu a sua vida, com divino amor.

Hoje a ti Jesus convida: Vem, ó pecador!

Letra e Música: Philip Paul Bliss – Nasceu no dia 9 de julho de 1838 em Clear­field Coun­ty, Penn­syl­van­ia, EUA. Faleceu no dia 29 de Dezembro de 1876 em Ash­ta­bu­la, Ohio, EUA. Descansa no cemitério de Ash­ta­bu­la, em Ohio, EUA.

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