Evangelho – Mateus

Autor: Mateus — Embora este Evangelho não identifique seu autor, a antiga tradição da igreja o atribui a Mateus, o apóstolo e antigo cobrador de impostos. Pouco se sabe sobre ele, além de seu nome e ocupação. A tradição diz que, nos quinze anos após ressurreição de Jesus, ele pregou na Palestina e depois conduziu campanhas missionárias em outras nações.

A Data

60 – 65 d.C.

Evidências externas, como citações na literatura cristã do Século I, testemunham desde cedo a existência e o uso de Mateus. Líderes da igreja do Século II e III geralmente concordavam que Mateus foi o primeiro Evangelho a ser escrito, e várias declarações em seus escritos indicam uma data entre 60 e 65 d.C..

O Conteúdo

O objetivo de Mateus é evidente na estrutura deste livro, que agrupa os ensinamentos e atos de Jesus em cinco partes. Este tipo de estrutura, comum ao judaísmo, pode revelar o objetivo de Mateus em mostrar Jesus como o cumprimento da lei. Cada divisão termina com uma fórmula como: “Concluindo Jesus estes discursos…”. (7.28; 11.1; 13.53; 19.1; 26.1). No prólogo (1.1 – 2.23), Mateus mostra que Jesus é o Messias ao relacioná-lo às promessas feitas a Abraão e Davi. O nascimento de Jesus salienta o tema do cumprimento, retrata a realeza de Jesus e sublinha a importância dele para os gentios.

  • A primeira parte (3 – 7) contém o Sermão da Montanha, no qual Jesus descreve como as pessoas devem viver no Reino de Deus;
  • A Segunda parte (8.1 – 11.1) reproduz as instruções de Jesus a seus discípulos quando ele os enviou para a viagem missionária;
  • A Terceira parte (11.2 – 13.52) registra várias controvérsias nas quais Jesus estava envolvido e sete parábolas descrevendo algum aspecto do Reino dos céus, em conexão com a resposta humana necessária;
  • A Quarta parte (13.53 – 18.35) o principal discurso aborda a conduta dos crentes dentro da sociedade cristã (18);
  • A quinta Parte (19.1 – 25.46) narra a viagem final de Jesus a Jerusalém e revela seu conflito climático com o judaísmo. Os capítulos 24 e 25 contêm os ensinamentos de Jesus relacionados à últimas coisas.

O restante do Livro (26.1 – 28.20) detalha acontecimentos e ensinamentos relacionados à crucificação, à ressurreição e à comissão do Senhor à Igreja. A não ser no início e no final do Evangelho, a disposição de Mateus não é cronológica e não estritamente biográfica, mas foi planejada para mostrar que o Judaísmo encontra o cumprimento de suas esperanças em Jesus.

O Cristo Revelado

Este Evangelho apresenta Jesus como o cumprimento de todas as expectativas e esperanças messiânicas. Mateus estrutura cuidadosamente suas narrativas para revelar Jesus como cumpridor de profecias específicas. Portanto, ele impregna seu Evangelho tanto com citações quanto com alusões ao AT, introduzindo muitas delas com a fórmula “para que se cumprisse”. No Evangelho. Jesus normalmente faz alusão a si mesmo como o Filho do Homem, uma referência velada ao seu caráter messiânico (Dn 7.13-14). O termo não somente permitiu a Jesus evitar mal-entendidos comuns originados de títulos messiânicos populares, como possibilitou-lhe interpretar tanto sua missão de redenção (17.12, 22; 20.28; 26.24) quanto seu retorno na glória (13.41; 16.27; 19.28; 24.30, 44; 26.64). O uso do título “Filho de Deus” por Mateus sublinha claramente a divindade de Jesus (1.23; 2.15; 3.17; 16.16). Como o Filho, Jesus tem um relacionamento direto e sem mediação com o Pai (11.27). Mateus apresenta Jesus como o Senhor e Mestre da igreja, a nova comunidade, que é chamada a viver nova ética do Reino dos céus. Jesus declara: “a igreja” como seu instrumento selecionado para cumprir os objetivos de Deus na Terra (16.18; 18.15-20). O Evangelho de Mateus pode ter servido como manual de ensino para a igreja antiga, incluindo a surpreendente Grande Comissão (28.12-20), que é a garantia da presença viva de Jesus.

O Espírito Santo em Ação

A atividade do Espírito Santo é evidente em cada fase e ministério de Jesus. Foi por meio do poder do Espírito que Jesus foi concebido no ventre de Maria (1.18-20). Antes de Jesus começar seu ministério público, ele foi tomado pelo Espírito de Deus (3.16) e foi conduzido ao deserto para ser tentado pelo diabo como preparação adicional a seu papel messiânico (4.1). O poder do Espírito habilitou Jesus a curar (12.15-21) e a expulsar demônios (12.28). Da mesma forma que João imergia seus seguidores na água, Jesus imergirá seus seguidores no Espírito Santo (3.11). Em 7.21-23, encontramos uma advertência dirigida contra os falsos carismáticos, aqueles que na igreja, profetizam, expulsam demônios e fazem milagres, mas não fazem a vontade do Pai. Presumivelmente, o mesmo Espírito Santo que inspira atividades carismáticas também deve permitir que as pessoas da igreja façam a vontade de Deus (7.21).

Jesus declarou que suas obras eram feitas sob o poder do ES, evidenciando que o Reino de Deus havia chegado e que o poder de satanás estava sendo derrotado. Portanto, atribuir o ES ao diabo era cometer um pecado imperdoável (12.28-32). Em 12.28, o ES está ligado ao exorcismo de Jesus e à presente realidade do Reino de Deus, não apenas pelo fato do exorcismo em si, pois os filhos dos fariseus (discípulos) também praticavam exorcismo (12.27). Mas precisamente, o Espírito Santo está executando um novo acontecimento com o Messias: “é chegado a vós o Reino de Deus” (28). Finalmente, o Espírito Santo é encontrado na Grande Comissão (28.16-20). Os discípulos são ordenados a ir e a fazer discípulos de todas as nações, “batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (19). Isto é, eles deveriam batizá-los “no/com referência ao ” nome, ou autoridade, do Deus Trino. Em sua obediência a esta missão, os discípulos de Jesus têm garantida sua constante presença com eles.

Esboço de Mateus

1.1 – 2.23 – Prólogo: Genealogia e narrativa da infância

  • 1.1-17 – Genealogia de Jesus
  • 1.18-25 – O nascimento
  • 2.1-12 – A adoração dos magos
  • 2.13-23 – Fuga para o Egito e matança nos inocentes, a volta para Israel

3.1 – 7.29 – Parte um: Proclamação do Reino dos Céus

  • 3.1-7.29 – Narrativa: Início do Ministério de Jesus
  • 5.1-7.29 – Discurso: O Sermão da Montanha

8.1 – 11.1 – Parte Dois: O ministério de Jesus na Galileia

  • 8.1 – 11.1 – Narrativa: Histórias dos dez milagres
  • 9.35 – 11.1 – Discurso: Missão e martírio

11.2 – 13.52 – Parte Três: Histórias e parábolas em meio a controvérsias

  • 11.2-12.50 – Narrativa: Controvérsia que se intensificam
  • 13.1-52 – Discurso: Parábolas do Reino

13.53 – 18.35 – Parte Quatro: Narrativa, controvérsia e discurso

  • 13.53 – 17.27 – Narrativa: Vários episódios precedentes à jornada final de Jesus em Jerusalém
  • 18.1-35 – Discurso: Ensino sobre a igreja

19.1 – 25.46 – Parte Cinco: Jesus na Judeia e em Jerusalém

  • 19.1-23.39 – Narrativa: A jornada final de Jesus e a instauração do conflito
  • 24.1-25.46 – Discurso: Os ensinos escatológicos de Jesus

26.1 – 27.66 – A narrativa da Paixão28.1-20 – A narrativa da ressurreição

Fonte: Bíblia Plenitude

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