Não é possível ler os Atos dos Apóstolos sem ficar impressionado com o fato de que o centro da mensagem transmitida pelos apóstolos era Cristo em exaltação. É uma parte vital do Evangelho o fato de que um Homem agradou a Deus de forma tão perfeita que Ele não apenas aceitou a satisfação que Cristo fez em Sua morte, mas O exaltou para Se assentar no Trono da Glória para todo o sempre, com todo o poder agora em Suas mãos, estando todo o universo sujeito a Ele.
Além disso, Cristo assumiu essa posição como nosso Senhor e, portanto, para o bem-estar de Seu povo, está fazendo todas as coisas segundo o conselho de Sua própria vontade, como Advogado de todos os que Lhe obedecem e intercedendo em favor deles.
A intercessão de Cristo é de importância vital para o crente.
Primeiro, porque Sua intercessão se baseia em mérito indiscutível e, portanto, deve prevalecer no Supremo Tribunal do Céu; por isso, Ele deve, com muita justiça, receber aquilo que comprou para o povo.
Em segundo lugar, Sua intercessão é plenamente assegurada pelo fato de que Ele pede apenas o que é agradável ao Pai, que, portanto, está sempre pronto a conceder o que nosso exaltado Senhor pede para Seu povo.
Terceiro, o sucesso da intercessão de Cristo é encontrado no fato de que Ele é o Amado do Pai, que se deleita em agradar Seu Filho e dará a Ele todo o Seu desejo por Seu povo.
Em quarto lugar, o sucesso da intercessão de Cristo é plenamente assegurado pelo fato de que nada pode impedi-la ou neutralizá-la. O inferno pode se enfurecer, o pecado pode se levantar contra o trono, mas a obra do Senhor permanece e prevalece: “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7:25).
No entanto, um amigo que escreveu recentemente dos Estados Unidos comentou que ouviu mais de duzentas transmissões evangélicas e apenas uma mencionou Cristo em Sua exaltação e apenas seis mencionaram Sua ressurreição.
As coisas podem não ser como deveriam ser, e nunca serão enquanto o pecado estiver no mundo, mas toda a nossa esperança está em Cristo exaltado. Portanto, isso deve ser proclamado. Se apenas um Cristo morto for apresentado ao mundo, não há esperança; de fato, “se só nesta vida temos esperança em Cristo, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1Cor 15:19). Toda a nossa esperança está em nosso exaltado Senhor ressuscitado, que agora ocupa o trono de Deus por nós e que intercede por nós como nosso Advogado.
É de vital importância que o mundo ouça falar de Cristo em Sua exaltação, para que a atenção não seja ocupada apenas com uma cruz ou um Salvador morto, mas com Aquele que tem todo o poder e pode dar arrependimento, fé e vitória sobre o pecado àqueles que O buscam.
Fazer com que os homens se ocupem com a cruz é bom, mas não o suficiente; e dizer-lhes que devem ir à cruz para obter a salvação é enganoso, porque quando chegarem à cruz não encontrarão o Senhor lá, pois Ele está no trono de Deus. Em vez disso, que aprendamos a lição dos apóstolos e sempre apontemos os homens para o nosso exaltado Senhor, que, tendo morrido e ressuscitado, pode salvar da culpa do pecado, do poder do pecado, do prazer do pecado, da penalidade do pecado e da presença do pecado, agora e para sempre.
A Ele seja a glória para todo o sempre. AMÉM.
C. H. Darch – “Escritos dos Irmãos de Plymouth”, 1965.
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