As Três Árvores da História

Deus concentra toda a história da raça humana ao redor delas“.

“E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente; mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.16-17).

“Levando Ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro (árvore), para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados” (1 Pe 2.24).

“Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas” (Ap 22.14).

Você vai notar que a palavra árvore ocorre em cada um desses versos embora cada um trate de uma árvore diferente. “Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás, ou, morrendo, tu morrerás”. “levando Ele mesmo em seu corpo, os nossos pecados sobre o madeiro”. “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas”.

Deus concentra toda a história da raça humana ao redor destas três árvores

A primeira foi uma árvore de teste plantada no jardim do Éden, e aquela árvore de teste se tornou a árvore da condenação. A segunda, no tocante à ordem cronológica, é a árvore da redenção plantada no cume do Calvário. A terceira e última árvore na Escritura é a árvore da vida, além, nas idades eternas.O homem considera a história uma linha reta, constante e ascendente que a humanidade começou no passado distante e sombrio sem nada, e continua em uma subida constante, até que um dia no futuro distante o homem venha a alcançar a perfeição. Mas a Bíblia não conhece tal esquema da história humana, pois a Palavra de Deus concentra a mesma ao redor de três árvores. A primeira foi a árvore de teste, a qual se tornou a árvore da condenação porque o homem falhou no teste. A segunda é a árvore da vida nas idades eternas; e a terceira é a árvore do centro, a cruz do Calvário.

Os Primeiros e Últimos Capítulos se Assemelham

Mesmo o leitor pouco atento da Bíblia notará uma semelhança entre os primeiros e os últimos capítulos deste Livro abençoado. Nos primeiros capítulos da Bíblia você tem uma criação que Deus afirmou ser boa, uma terra perfeita e um céu perfeito; nada de pecado, doença, tristeza, fraqueza ou lágrimas; não encontramos nenhum coração partido nos primeiros capítulos da Bíblia. Quando chegamos aos últimos capítulos, encontramos um mesmo tipo de mundo, novo céu e uma nova terra, e descobrimos que nele não existem lágrimas, nem tristeza, nem doença, nem morte, pois todas estas coisas foram banidas. De forma que os primeiros e os últimos capítulos do Livro são semelhantes no sentido de que não há nenhuma sugestão de pecado nem da sucessão de tristeza e miséria ocasionada pelo pecado.

Mas entre os primeiros e os últimos capítulos da Bíblia encontramos o período todo que envolve a história da repugnância, sofrimento, vergonha e pecado. Tudo começou com a falha do primeiro homem sob a árvore do teste. Deus disse aos nossos primeiros pais: “Ali está a árvore do conhecimento do bem e do mal; no dia em que dela comeres, morrendo, morrerás”. Quando estes nossos pais desobedientes comeram do fruto daquela árvore, Deus os expulsou do Jardim e colocou no mesmo o querubim com a espada flamejante, para que eles não voltassem e comessem do fruto da árvore da vida e vivessem para sempre naquela condição pecaminosa.

As palavras ditas por Deus podem ter significado pouco ou nada para nossos primeiros pais: “No dia em que dela comeres, morrendo, morrerás”. É bem possível que depois de cometido o pecado, Adão e Eva, quando se encontraram fora do jardim e da presença de Deus, perdendo a comunhão com Ele, devem ter perguntado um ao outro: “O que Deus queria significar quando falou de morte?” Eles nada sabiam da morte. Jamais tinham visto um ser humano morrer. Nunca viram nada no mundo natural que sugerisse a morte. Nem um fruto podre, uma folha seca ou uma flor murcha, pois tais coisas são apenas manifestações da morte, morte no mundo natural, e nada disso havia aqui até que a morte entrou como resultado do pecado.

Mas um dia Mamãe Eva olhou o rosto silencioso do seu próprio filho, depois assassinado por seu irmão; e enquanto a mãe olhava o rosto que não lhe podia responder nem reconhecer-lhe a voz e os carinhos, sentindo em seu peito a dor da primeira separação, ela conheceu pela primeira vez o que era a morte, e soube o que as mães haveriam de experimentar uma e outra vez no desenrolar dos séculos desde então, a terrível tristeza da separação ocasionada pela morte. Desde aquele dia até o presente momento, através de todo este período de tempo e até chegarmos àqueles últimos capítulos do livro de Apocalipse, quando a morte e toda consequência do pecado for banida, ela terá reinado.

Acesso Concedido à Árvore da Vida

Quando chegamos, porém aos últimos capítulos da Bíblia, vemos que é dado ao homem livre acesso à árvore da vida. Será que isto significa que Deus mudou de ideia, que o Deus que no Jardim do Éden disse: “Devemos colocar sentinelas na entrada do Jardim para que eles não voltem e comam do fruto da árvore da vida e vivam para sempre”, será que indica que Ele mudou de opinião com respeito a este assunto e finalmente se arrependeu e agora consente que o homem tenha acesso à árvore da vida? Oh, não, Deus não mudou Seu pensamento. Mas, no meio do círculo do pecado que chamamos tempo, Deus plantou outra árvore e esta é a árvore à qual o apóstolo Pedro se refere neste verso: “Levando Ele mesmo em seu corpo, os nossos pecados sobre o madeiro”. A morte de Jesus Cristo no Calvário tornou possível Deus dizer na plenitude do tempo: “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas”.

Foi Schopenhauer, o filósofo alemão, quem disse que o relato bíblico sobre a queda do homem é a mais lógica explanação da condição em que encontramos a raça humana. Eu concordo plenamente com a afirmação de Schopenhauer. O homem se vê obrigatoriamente forçado a culpar a Deus ou a si mesmo pela condição na qual a humanidade se encontra hoje. Se o homem aceitar a teoria da evolução, qualquer teoria de evolução, então Deus que deu início ao processo em marcha é responsável por todo o pecado, tristeza, doença, enfermidade e morte que existe no mundo hoje. Mas, se a história da Bíblia é verdadeira (e creio que é), no sentido de Deus ter feito uma criação perfeita e depois provou o homem, o ser mais elevado dessa criação, permitindo que a tentação o assediasse. Como o homem fracassou sob a tentação e falhou na prova, então Deus não deve ser culpado pelo pecado que veio sobre a raça humana, pois o próprio homem sem dúvida é o culpado.

Eu não sei por que Deus deu ao homem o estranho poder de escolha. O homem é o único que não tem lei em todo o universo, tanto quanto sabemos, exceto quanto ao diabo e seus anjos. As estrelas mantêm seus cursos porque não podem seguir outro. As rochas nas encostas são obedientes a certas leis naturais e conservam-se em seus lugares, ao invés de desprender-se da face desta terra em movimento atiradas para dentro do espaço. Cada esfera do mundo natural segue a lei da sua esfera e é obediente à sua natureza, mas o homem é anárquico (sem lei).

Deus ofereceu ao homem no início a possibilidade de ser obediente e andar com Ele, ou tomar seu próprio rumo, desobedecendo e rebelando-se contra Deus. E o homem escolheu esta última opção. Deus disse: “Da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres, morrendo, morrerás”. E o homem tomou a decisão fatal.

Esta Escritura dá a entender que foram duas as mortes que atingiram o homem. A primeira é a morte espiritual, a separação de Deus. Portanto, ao ser separado de Deus, perdendo a comunhão com Ele, o homem sofreu a morte espiritual. Ele sofre mais tarde outra morte, quando, no desenrolar do tempo, a vida deixa seu corpo e este morre.

O Problema Divino da Salvação

Mas agora nos últimos capítulos da Bíblia, Deus, que afirmara que o homem não podia ter mais acesso à árvore da vida, disse então: “Bem-aventurados aqueles que lavam suas vestiduras, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas”. O que aconteceu? Deus plantou outra árvore! Deus tinha um problema nesta questão de prover salvação para a raça humana. Não é como se costuma apresentar dos púlpitos em nossos dias, a simples questão de um Deus poderoso decidir esquecer-se dos pecados dos homens e recebe-los em Sua presença.

Alguns dizem: “bem, um pai perdoaria seu filho”. O pai que toma o filho pequeno que foi desobediente e o envolve em seus braços, e diz: “Filho, eu perdoo sua desobediência”, é um tipo do Deus da Bíblia, afirmam eles. Oh, não, isto é verdade, porque o Deus da Bíblia tem mais do que o problema do perdão. Ele tem de encontrar uma maneira pela qual possa perdoar o pecador e ainda permanecer sendo o que é, um Deus que é justo, santo e íntegro, mantendo equidade em Seu universo. Deus encontrou um meio de fazer isto através do caminho da Cruz do Calvário, e a árvore da redenção plantada no cume do Calvário é a resposta de Deus ao problema do pecado do homem e a separação do homem de Deus.

George Bernard Shaw, aquele brilhante inglês-irlandês com o qual discordamos noventa e nove por cento do tempo, comentou sobre algo que aconteceu na Inglaterra durante a guerra. O filho de uma mulher de posição foi preso como um oposicionista consciente e colocado na cadeia porque não queria servir seu país na guerra. A mãe descobriu que só poderia visitar o filho uma vez por mês ou, talvez, de duas em duas semanas. Então ela compareceu perante a alta justiça nas cortes da Inglaterra para ver se não seria possível tomar providências a fim de que pudesse visitar seu filho mais frequentemente na prisão militar. O juiz ficou atônito e perguntou: “A senhora está querendo dizer que só pode ver seu filho nesses raros intervalos?”. George B. Shaw, comentando sobre isto, disse que todo juiz e todo oficial executor da lei, que fossem de alguma forma responsáveis pelo envio de homens para a prisão, deviam passar certo número de semanas ou meses na mesma, a fim de que pudessem saber que tipos de sofrimento estavam aplicando a outros.

Bem, não estou argumentando a favor disso, mas simplesmente dizendo que, Deus viu um mundo separado Dele por causa do pecado, homens que Ele não poderia possivelmente receber em Sua presença porque foram nascidos em pecado, viveram em pecado, foram desobedientes, rebeldes, descartaram a sua lei e escarneceram do Seu amor. E Deus, um Deus justo, não poderia recebê-los em seus próprios termos, mas somente na base daquilo que Ele mesmo é. Ele veio então para a prisão da nossa carne e recebeu sobre si a penalidade das suas transgressões.

A Santidade é uma Exigência de Deus

A santidade é a única característica da Divindade que todos precisam possuir antes de poderem entrar na presença de Deus. Você não tem de ser tão sábio quanto Deus, pois nunca será. Você não precisa ser tão poderoso quanto Deus, você nunca será. Mas você precisa ser tão santo quanto Deus. Como pode ser isto? Como pode um Deus justo receber um homem injusto? Pode o homem dar origem à justiça ou estabelecer a santidade? Ah, não, mas Deus fez a provisão, cada provisão necessária, para os homens injustos e ímpios, dando Seu Filho para morrer na cruz, e Aquele que não conheceu pecado foi feito pecado por nós, para que Nele fôssemos feitos justiça de Deus.

Houve na cruz um momento difícil de ser entendido. Não estamos capacitados para esclarecer a profundidade do clamor que saiu dos lábios do Filho de Deus: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”. Mas quando examinamos a Escritura e vemos seu ensino com respeito ao significado da Sua morte na cruz, temos alguns vislumbres do por que daquele terrível brado. O profeta assim expressa: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava para o seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre Ele à iniquidade de todos nós”. Foi isto o que aconteceu no Calvário. Não havia pecado em Jesus Cristo. Se houvesse pecado em Jesus Cristo, Ele por necessidade teria morrido por aquele pecado.

Você e eu somos pecaminosos; nós temos pecado em nós e precisamos morrer porque “o salário do pecado é a morte”. Mas Nele não havia pecado e porque não havia pecado Nele, foi gloriosamente possível para Deus colocar sobre Ele o pecado, e embora nós como ovelhas nos desgarrássemos e nos voltássemos cada um para o seu caminho, Jeová colocou sobre Ele, quando foi pendurado na cruz, e iniquidade de nós todos. Um Deus justo que não pode contemplar o pecado virou para o outro lado o Seu rosto, e o Filho clamou na agonia da separação: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”Não se trata de uma figura de linguagem. Você pode examinar os quatro Evangelhos para verificar se existe outro ponto em que Jesus, dirigindo-se ao Pai, O chama de “Deus”, mas será em vão. É como se o relacionamento houvesse cessado e Ele representasse agora o pecador perdido e condenado, sofrendo a agonia da separação que é a porção do pecador. Sim, Ele passou pela cadeia do nosso pecado. Ele esteve no lugar da nossa condenação. Ele aceitou a hora da nossa rejeição. Meus pés se voltaram para caminhos proibidos, mas os Dele foram cravados na cruz. Minhas mãos realizaram obras do mal, mas Suas mãos benditas foram pregadas por cravos no madeiro. Meu coração era impuro, mas a lança rasgou o Seu lado. Minha mente era a fonte da corrupção, mas Sua fonte pura foi dilacerada. Meu era o pecado, mas Dele o sofrimento, porque Ele tomou o lugar deste pecador perdido na cruz. E Pedro diz em sua Epístola: “Levando Ele mesmo em seu corpo, os nossos pecados sobre o madeiro”.

Esta é a obra-prima de Deus, o propósito para o qual este mundo veio a existir, pois o Cordeiro foi morto no coração de Deus antes da fundação do mundo. Aquele que conhece todas as coisas desde o início, e conheceu o pecado dos homens antes mesmo que este fosse tentado, planejou a redenção do homem antes que ele houvesse pecado; e todo o esquema, o drama total da salvação foi operado primeiro no coração de Deus e depois eficazmente na história da raça humana; e o centro de tudo é a Cruz de Jesus Cristo, Deus na pessoa do Seu Filho tornando possível a Ele receber os pecadores.

Vimos que o único atributo da Divindade que cada pessoa deve possuir a fim de entrar na presença de Deus é a santidade. Mas é a santidade que Deus provê e concede, e não a santidade que qualquer homem possui ou consegue. Vemos em Jesus Cristo a justiça que Deus requer, mas bendito seja o Seu Nome, na Cruz de Jesus Cristo, em Sua morte, nós vemos a justiça que Deus provê.

A Perfeita Justiça de Deus Providenciada

Você deve estar lembrando que Jesus disse aos Seus discípulos: “…ide à cidade, e um homem que leva um cântaro d’água vos encontrará, segui-o. E onde quer que entrar, dizei ao senhor da casa: o Mestre diz: Onde está o aposento em que hei de comer a páscoa com os meus discípulos? E ele vos mostrará um grande cenáculo mobiliado e preparado. Preparai-a ali”. No tempo próprio os discípulos se encontraram reunidos ao redor da mesa naquele cenáculo e Jesus partiu o pão e lhes deu o vinho e disse: “Tomai, comei; isto é o meu corpo… isto é o meu sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos”. Fico imaginando se Jesus não estava dizendo a eles: “Viram como eu andei com vocês, uma justiça do céu. Vocês viram que ela era minha e não pertencia a mais ninguém no mundo. Era inteiramente minha e ninguém mais poderia participar dela. Mas, agora, na sombra da cruz, enquanto eu parto estes símbolos da cruz e os dou a vocês, quero que entendam que na cruz minha vida é partida e minha justiça é distribuída. Minha justiça se torna sua pela fé”. Não foi esta uma das coisas que Ele queria significar, quando lhes deu o que chamamos de Ceia do Senhor?

Sim, esta é a obra-prima de Deus, a redenção. Este mundo é um mundo fascinante. As águas caindo sobre o Niágara prendem a atenção dos turistas, muitos dos quais olham para cima em direção ao céu e admiram a imaginação de Deus que qual pôde trazer à existência uma coisa tal. Eu vi o sol se por do outro lado do Nilo no Egito e enquanto o Divino Artista pintava o céu de cores profusas, reverente levantei os olhos para Deus e me maravilhei com a mente divina que pôde imaginar tal cena antes de torná-la realidade. Mas depois eu vi pecadores perdidos achegarem-se a Jesus Cristo e serem salvos do poder do pecado. Vi alguns pobres vagabundos andrajosos, mulheres sujas da rua, homens indignos criminosos condenados, ou leprosos morais, cheios de auto retidão, se aproximar de Jesus Cristo e experimentarem o poder transformador do Evangelho, e disse a mim mesmo: “Graças Senhor! Esta é a obra prima de Deus!” Nem Niágaras, nem pôr-do-sol, mas pecadores salvos, pois Jesus Cristo não morreu por essas coisas, Ele morreu pelos pecadores!

Na epístola aos Romanos, ao lado com a palavra “reto” está um outro termo “justificação” “justificar”, justificado pela fé, “justificado pelo sangue”, “justificado pela graça”. É a palavra que explica o que acontece ao pecador mediante a Cruz de Jesus Cristo. A humanidade está eternamente separada de Deus, exceto que Deus mesmo preparou um meio pelo qual Ele pode receber o homem pecador, não nos termos deste, mas segundo Sua própria retidão (justiça). E a Cruz de Cristo foi o meio providenciado por Deus, pelo qual Ele mesmo pode permanecer justo e ainda justificar os homens injustos.

Os Antigos Registros Foram Destruídos

Há muitos anos atrás havia um homem no Estado de Illinois que tinha toda sorte de defeitos de caráter, ele não era apenas um beberrão maldizente e farrista, mas um criminoso que havia passado muito tempo atrás das grades da prisão. A graça de Deus chegou, porém até ele e o salvou e o levantou, fazendo dele um novo homem. No tempo devido ele se tornou uma testemunha notável de Jesus Cristo. Esse indivíduo trabalhava numa missão de salvamento numa pequena cidade daquele Estado. Ficou trabalhando ali por alguns anos e Deus honrou seu trabalho e lhe deu a alegria de ver muitos serem levados a conhecer Jesus Cristo.

Certo dia ele disse: “Ficaria perfeitamente feliz se pudesse apenas retirar do Condado de Cook os registros dos meus pecados, dos crimes que cometi. Eu sei que Deus os apagou a todos, mas o registro daqueles meus antigos crimes ainda existe, assim como a minha triste história permanece no Tribunal de Justiça do Condado de Cook. Se pudesse conseguir que me entregassem minhas impressões digitais, minhas medidas Bertillon, minhas fotos que estão na Galeria de Criminosos e todos os registros dos meus crimes ficaria então feliz”.

Por ocasião de uma visita à cidade de Chicago, ele conversou com o chefe de agência de detetives, o qual tivera ocasião de conhecê-lo muito bem no passado, mas que também sabia que ele estava andando retamente nos últimos anos. O homem era cristão. O missionário contou ao chefe da agência de detetives seu desejo, e este lhe respondeu: “Verei o que posso fazer por você”. Ele entrou em contato com o delegado do condado e no tempo devido o delegado lhe entregou todos os antigos registros.Disse então o missionário: “Não estou ainda totalmente satisfeito. Na penitenciária de Joliet eles têm os registros dos crimes por mim cometidos contra o Estado. Fiquei preso ali muitas vezes. Se apenas pudesse conseguir do diretor da penitenciária de Joliet minhas impressões digitais, minhas medidas Bertillon, minhas fotos na Galeria dos criminosos, e os registros dos meus crimes, e pudesse ter certezas de que nada não permanece nos livros do Estado de Illinois contra mim, ficaria perfeitamente feliz”.O agente que o conhecia falou então: “Verei o que posso fazer”. Ele escreveu ao diretor do Estado, e o diretor respondeu: “Nunca farei isso. Pode ser apenas um ardil religioso; eu não sei. Ele pode ter enganado os oficiais do Condado de Cook, mas jamais fará o mesmo no Estado de Illinois. Você pode dizer a esse homem que enquanto ele viver, saberá que temos todos os registros dos seus crimes aqui na penitenciária de Joliet”.

Alguns meses depois disso, com a saúde abalada por causa da obra que estivera realizando, o homem em questão foi enviado para o sanatório de Battle Creek mediante um pequeno fundo que os administradores da missão ajuntaram. Ele se achava ali há apenas um ou dois dias quando o chefe do sanatório perguntou-lhe se podia contar a história da sua conversão numa noite em que se realizassem os serviços religiosos no salão. Ele aceitou fazê-lo e numa noite contou toda a sua história. Falou dos seus crimes, falou da sua salvação, falou do seu trabalho para Cristo e concluiu dizendo o que já dissera antes: – que ele seria perfeitamente feliz se pudesse conseguir os registros da prisão, mas que o diretor se recusara a dá-los. O homem não sabia, mas no auditório, naquela noite, estavam os governadores de dois Estados, e um deles era o governador do Estado de Illinois.

Depois que o culto terminou o governador procurou o homem e lhe disse: “ouvi sua história com grande interesse esta noite. Sou o governador, e verei o que posso fazer por você”.

Duas semanas depois disso, o missionário recebeu um comprido envelope de aparência oficial, contendo uma pequena nota com alguns documentos. A nota dizia: “Por ordem do governador do Estado de Illinois, passo às suas mãos suas impressões digitais, suas fotos da Galeria dos Criminosos e todos os registros de seus crimes; e devo lhe dizer senhor, que o Estado de Illinois não possui nada registrado contra a sua pessoa”.

A Grande Oferta da Salvação

É isto que Deus oferece fazer por você por causa da Cruz de Jesus Cristo. A salvação sobre a qual estamos falando não é algo sentimental. Não é um simples: “diga à mamãe que estarei lá” ou coisa desse tipo. É uma questão de tratar de todo seu passado eliminado, o negrume do pecado, apagado o registro da vergonha, dos fracassos e das falhas, e alcançada uma nova posição diante de Deus, uma posição tal como se você jamais tivesse pecado. Pela sua fé no Cristo da cruz você é salvo do pecado, e Deus o cobre com a Sua retidão que é Jesus Cristo.

Não deveria ser certamente necessário implorar a quem quer que fosse para aceitar uma salvação como esta. Não devia ser necessário suplicar por um simples momento sequer a alguém para receber esta justiça, quando Deus a tem providenciado, planejado desde a eternidade, realizado na cruz, e a oferece agora, neste minuto, se estiver disposto a receber Jesus Cristo pela fé. Você não dirá então neste mesmo momento: “Sim, agora, pela graça de Deus eu a receberei, eu receberei a Ele?” – porque não se trata de uma “coisa”, mas de uma pessoa, “Ele”. Vida eterna em Seu Filho. “Eu O receberei agora como meu Salvador e Senhor”. Diga e faça isso!

William Henry Houghton – Revista à Maturidade, outono de 1982 | Extraído do livro “The Living Christ”.

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