Ao Meditar

O autor deste hino é considerado o mais importante da hinologia inglesa, tanto pela quantidade de hinos que escreveu (cerca de seiscentos), como também pela alta qualidade espiritual dos mesmos. De físico franzino, como o apóstolo Paulo, e muito doentio, era, contudo, dotado de irresistível fibra. Muito precoce, bem cedo revelou os seus extraordinários talentos. Para se ter uma ideia, Issac Watts começou a estudar latim aos quatro anos de idade; grego aos nove; francês aos onze; e hebraico aos treze! Grande amante da poesia. Logo começou a versejar e tudo quanto falava, fazia-o em versos.

Seu pai, um comerciante em Southampton, Inglaterra, cansado de ouvi-lo falar em rimas, ameaçou até espancá-lo para que parasse com aquilo, mas o garoto, entre lagrimas e soluços, exclamava: “Pai meu, tem piedade de mim / nunca mais rimarei assim!”.

Logo aos quinze anos de idade, o jovem Issac dedicou seus talentos também ao trabalho da igreja, No seu tempo, na Inglaterra, os cânticos na igreja eram limitados à repetição dos Salmos do Velho Testamento, cantados, linha por linha, por um dirigente e repetidos pela congregação. Issac achava aquilo muito monótono e dizia:

“Os cânticos em louvor ao nosso Deus devem ser a parte mais sublime da nossa adoração, mais o que estamos fazendo é o pior que se pode fazer na terra”.

A isto, seu pai respondeu:

“Jovem, dê alguma coisa melhor”! Issac aceitou o desafio e logo desenvolveu o seu trabalho com eficiência tal, que veio a ser considerado “O pai da hinódia inglesa”.

Watts é um dois mais antigos autores de hinos sacros, pois nasceu no século XVII, a 17 de Julho de 1674, em Southampton, Inglaterra, e faleceu em 1748, aos 74 anos de idade.

Seus últimos 36 anos foram de enfermidade e fraqueza física, mas isso de modo nenhum o impediu da realização de sua obra, antes contribuiu para que ele se empenhasse com mais afinco em suas tarefas. Ele pôde dizer como desse o apóstolo Paulo: “Quando estou fraco, então sou forte”.

Tedd Smith, um dos membros da cruzada Billy Graham, escreveu o seguinte a respeito deste hino:

“Tenho a impressão de que Issac Watts, quando escreveu este hino, parecia estar ao pé da cruz de Cristo, juntamente com o apóstolo João, a mãe de Jesus e a multidão estarrecida. Quando canto este hino procuro fazer minhas as palavras de Isaac Watts. Com ele posso compartilhar o inacreditável assombro daquela cena – o Rei dos reis pregado na cruz. E a minha voz foi uma daquelas que gritaram perante Pilatos: ‘Crucifica-O, crucifica-O! Minhas mãos, tal como as mãos dos soldados romanos, foram as que pegaram o martelo e cravaram os pregos nas mãos e nos pés do meu Jesus. Então, ainda na minha contemplação, veio o sangue das Suas feridas mostrando-me, como o hino sugere, os Seus sofrimentos e, também, por causa do Seu grande amor por mim!. Como pode alguém, permanecer insensível diante das palavras do apóstolo Paulo: ‘Longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz do nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo?'”.

É exatamente isso o que dizem a segunda e terceira estrofes do nosso hino.

É realmente, emocionante pensar nisto. A letra que aqui temos, é uma adaptação feita, em português, pelo saudoso irmão José Hidio Freire, por sinal, muito linda e merecedora de que façamos nossas as suas palavras, todas vezes que as cantamos. A música “Rockingham” é de Edward Miller (1731-1807).

Ao Meditar

Ao meditar Jesus Senhor

Na Tua amarga cruz por mim,

Com gratidão e com louvor

A quem me amou assim.

Mas como o Salvador, contar

O amor que foi a cruz por mim?

Não poderá ninguém sondar

A dor de quem sofreu assim.

Pecado meu Te fez sofrer

De Deus o desamparo ali;

Mas mesmo pelo teu morrer

Pudeste vida dar me em Ti.

Té que contigo vá gozar

O fruto dessa cruz, Senhor

Que aqui Tu possas sempre achar

Em mim agrado e ver o amor.

Letra: Issac Watts – Nasceu no dia 17 de julho de 1674 em South­amp­ton, Inglaterra. Faleceu no dia 25 de novembro de 1748 em Stoke New­ing­ton, Inglaterra. Descansa no cemitério Bun­hill Fields, Londres, Inglaterra.

Música: Edward Miller.

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